Espanha vê número de refugiados quadruplicar em 2017

País poderia superar a Grécia, um dos países que mais recebem migrantes

11/08/2017 - 08h52 (Atualizado em 20/04/2024 - 16h10)

O número de imigrantes que chegaram à Espanha por via marítima quadruplicou no primeiro semestre de 2017, atingindo a cifra de 8.183 pessoas. De acordo com um relatório da OIM (Organização Internacional para as Migrações), ligada às Nações Unidas, divulgado nesta sexta-feira (11), a situação da Espanha poderia superar a da Grécia, um dos países que mais recebem imigrantes.

Somente entre janeiro e agosto deste ano, 11.713 pessoas chegaram às ilhas gregas fugindo de guerras e conflitos. Os dados apontam uma nova tendência de rota migratória, com a Espanha se tornando uma das principais opções de via de entrada para a Europa. No primeiro semestre do ano passado, 2.476 refugiados chegaram ao país, contra os 8.183 deste ano.

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Já na Grécia, o movimento é contrário. Nos primeiros meses de 2016, foram 160 mil imigrantes que desembarcaram nas praias gregas, contra os 11.713 deste ano.

A Itália é a líder do ranking, com 96.438 chegadas somente neste ano e 2.242 mortes em travessias. A rota migratória do Mar Mediterrâneo é considerada a mais mortal do mundo, com um salado de 14.500 vítimas desde 2014.

Somente de janeiro até hoje, foram contabilizadas 2.405 mortes na região, com uma média de 1 a cada 36 imigrantes morrendo durante o trajeto.

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O documento, feito em parceria com a instituição de caridade Doutores pelos Direitos Humanos (MEDU) e a ONG Borderline Sicília, analisou os testemunhos de 285 pessoas, incluindo 158 entrevistas com 31 mulheres e 127 homens que conseguiram chegar à Itália

Segundo o relatório da Oxfam, 75% dos refugiados na Líbia disseram que testemunharam assassinatos e sessões de tortura

Além disso, alguns grupos de pessoas disseram que chegaram a ficar sob o controle de gangues que os prenderam em celas em buracos cavados no chão

O garoto Chidi, de 18 anos, foi uma das pessoas que foi mantida como prisioneira. Ele ficou três meses em uma prisão em Sabratha

— Nossos sequestradores... regularmente cometiam atos de tortura e violência contra as pessoas que eles mantinham lá. Eu fiui alvo de repetidas sessões de tortura por suspensão... e eu fui continuamente agredido na cabeça

Um jovem do Senegal chamado Lamine, também de 18 anos, disse que ele foi mantido em uma cela cheia de cadáveres antes de tentar escapar

— A cela estava cheia de corpos de pessoas mortas. Eu vi soldados quebrando o nariz de um garoto e batendo tão forte na cabeça dele que ele perdeu os olhos. Eles também quebraram meu dedo e cortaram minha perna com uma faca

De acordo com o relatório da Oxfam, 80% dos refugiados regularmente sofriam com má alimentação e, quando pediam por comida e água, tinham seus pedidos recusados

Devido à gravidade da situação, a Oxfam pede que a Itália e outros países europeus deixem de criar barreiras para a entrada de migrantes

O mar Mediterrâneo se tornou a principal rota para as pessoas que tentam entrar na Europa. Segundo a Oxfam, mais de 180 mil pessoas chegaram à Itália por esse caminho em 2016 e, neste ano, esse número já chegou a 95 mil

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