Especialista alerta para possível colapso na saúde privada dos EUA
Segundo médico clínico, a escassez de recursos em suprimentos médicos e a falta de leitos nos hospitais seriam a causa da crise sanitária no país
Internacional|Da EFE
A escassez de suprimentos e a falta de leitos nos hospitais podem colocar em risco a continuidade do sistema de saúde privada dos Estados Unidos, em meio a pandemia da covid-19, afirmou o médico clínico Jeffrey E. Harris.
Internista do Hospital Geral de Massachusetts e professor de Economia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, pela sigla em inglês), o americano participou nesta semana de um evento organizado pela fundação espanhola La Caixa, que abordou o futuro das estruturas nacionais de saúde.
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Harris fez um alerta de que a escassez de recursos em suprimentos médicos, em pessoal e a disponibilidade de vagas para pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTI) que sofre os EUA é a causa da crise sanitária no país.
"Na região norte, restam poucos leitos, estão construindo hospitais de campanha em parques e campos de futebol. Há uma situação de desequilíbrio", explicou o professor do MIT.
Harris garante que o desgaste atual do setor privado, com aumento constante das despesas, aumentará os valores dos planos de saúde e estimulará a sociedade a defender a saúde pública.
"O sistema de saúde assumiu o papel dominante, e nos Estados Unidos vimos um fracasso do setor privado, que nos levará ao seu próprio funeral", prevê.
Na noite desta sexta-feira (4), a contagem independente da Universidade Johns Hopkins indicou que os EUA registraram mais 225.594 casos de covid-19, um novo recorde diário.
Segundo balanço divulgado às 22h (horário de Brasília), já são 14.337.640 infectados e 278.594 vítimas no país, os maiores números em casos e mortes do mundo.
Nova York é o estado americano com mais óbitos em decorrência da doença, com 34.830, seguido por Texas (22.825), Califórnia (19.647), Flórida (18.994) e Nova Jersey (17.255).