EUA acusam tribunal eleitoral da Bolívia de ameaçar democracia
Resultados preliminares de eleições do domingo (20) apontam vitória apertada do presidente, Evo Morales, no 1º turno sobre opositor Carlos Mesa
Internacional|Da EFE
O governo dos Estados Unidos acusou o Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia de tentar "subverter a democracia" no país sul-americano e repudiou a violência ocorrida após as eleições presidenciais, nas quais a oposição acusa o governo de fraude eleitoral.
Em declaração divulgada na noite de segunda-feira (21) pelo subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, Michael G. Kozak, os EUA avisaram que trabalharão com a "comunidade internacional" contra "qualquer um que menospreze as instituições democráticas da Bolívia".
As autoridades eleitorais bolivianas anunciaram na segunda-feira os resultados preliminares não oficiais das eleições do domingo passado, que apontam uma vitória apertada do presidente, Evo Morales, no primeiro turno sobre o opositor e ex-vice-presidente Carlos Mesa.
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Este pronunciamento chega em meio a protestos de opositores de Morales, que o acusam de promover uma fraude eleitoral.
"Os EUA rejeitam as tentativas do Tribunal Supremo Eleitoral de subverter a democracia da Bolívia ao atrasar a contagem de votos e tomar medidas que impactam a credibilidade das eleições bolivianas. Pedimos ao Tribunal Supremo Eleitoral para que atue imediatamente para restaurar a credibilidade no processo de apuração de votos", disse Kozak no Twitter.
O subsecretário garantiu que os Estados Unidos repudiam "qualquer tentativa de iniciar a violência" e pediu "a todas as partes que resolvam a situação por meios pacíficos".
Os resultados preliminares concedem a Morales 46,85% dos votos, contra 36,74% de Mesa. O sistema eleitoral na Bolívia dá a vitória ao candidato que atingir mais de 40% superar o segundo colocado por dez pontos.
A apuração oficial, com uma margem mais apertada entre os dois adversários, prossegue em um hotel em La Paz. Enquanto isso, ocorrem distúrbios dentro do recinto e fora, onde a polícia antidistúrbios entrou em ação. O ministro boliviano do Interior, Carlos Romero, acusou Mesa de incitar as mobilizações para levar o país "a um estado de confronto".