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EUA: agências federais 'perderam' quase 1.500 crianças imigrantes

Autoridades dos EUA não sabem o que aconteceu com cerca de 1.500 jovens deixados com voluntários após serem libertados por agência federal

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais

EUA não sabem o que aconteceu com crianças imigrantes
EUA não sabem o que aconteceu com crianças imigrantes

O governo dos EUA não sabe o que aconteceu com quase 1.500 crianças e jovens imigrantes detidos na fronteira do país com o México nos últimos anos. Eles foram deixados com responsáveis e agora as autoridades não conseguem mais localizá-las.

A informação foi dada na semana passada, durante uma audiência a um subcomitê do Senado norte-americano que trata da segurança interna do país, pelo secretário da Administração para Crianças e Famílias do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês), Richard Wagner. A agência alega que não tem 'responsabilidade legal' sobre as crianças.

Sem contato

Segundo Wagner, entre outubro e dezembro de 2017, a agência ligou para os responsáveis por 7.635 crianças recolhidas pela fiscalização na fronteira. Dessas, 6.075 permaneciam com os responsáveis, 28 tinham fugido, cinco deixaram os EUA e 52 estavam morando com pessoas que não estavam inscritas como responsáveis.


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O destino das outras 1.475 crianças não é conhecido, de acordo com o depoimento do secretário. O temor de entidades ligadas aos direitos dos imigrantes é que elas tenham ido parar nas mãos de traficantes de pessoas ou que tenham sido colocadas para trabalhar por pessoas que se fazem passar por parentes delas.

Essas crianças tinham sido colocadas sob custódia do governo norte-americano após chegarem sozinhas à fronteira. A maior parte delas é originária da América Central, de países como Honduras, El Salvador e Guatemala, fugindo de problemas de violência como ameaças de gangues, traficantes e abuso doméstico.


O senador republicano Rob Portman, presidente do subcomitê afirmou que estava chocado com a revelação. "O HHS tem a responsabilidade de saber onde estão essas crianças, para que não sejam objeto de tráfico ou de abuso e também para que apareçam em suas audiências de imigração", disse.

Tráfico de pessoas


Segundo o New York Times, há dois anos o mesmo subcomitê divulgou um relatório que detalhava como serviços governamentais deixaram oito crianças nas mãos de traficantes de pessoas, que as forçaram a trabalhar em uma granja no estado de Ohio.

O relatório concluiu que os órgãos do governo não tinham procedimentos seguros para proteger os menores, como checar os antecedentes dos candidatos a responsáveis e inspeções posteriores para verificar a situação das crianças.

Desde então, para evitar que novos problemas acontecessem, os departamentos responsáveis se comprometeram a estabelecer novas diretrizes de trabalho em conjunto, dentro de um ano no máximo. Essas medidas ainda não foram decididas ou detalhadas.

Procedimentos para imigrantes

Crianças que chegam sozinhas à fronteira geralmente são recolhidas por agentes da patrulha de fronteira ou se entregam à alfândega. Depois disso, elas são entregues à custódia do escritório para refugiados do HHS. A entidade administra mais de 100 abrigos pelo país, onde os jovens imigrantes permanecem até que possam ser entregues a um responsável.

Em geral, os responsáveis são pais ou parentes que já moram nos EUA, que deveriam passar por uma checagem de antecedentes. A responsabilidade deles é zelar pelas crianças até que elas passem pelas audiências na Justiça que vão tratar de sua imigração. Elas devem ser matriculadas em escolas nas comunidades onde moram os responsáveis.

No entanto, segundo entidades que buscam proteger essas crianças, o departamento faz muito pouco para acompanhar a situação delas após a entrega para os responsáveis.

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