EUA criticam 'abuso escandaloso' dos direitos humanos em Cuba
Mais de 700 opositores do governo comunista, inclusive menores de idade, estão atrás das grades por participarem de protestos
Internacional|Do R7, com EFE
Os Estados Unidos fizeram críticas a Cuba, nesta quinta-feira (3), pelas violações dos direitos humanos cometidas contra presos políticos.
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O chefe da diplomacia americana para as Américas, Brian Nichols, classificou de "abuso escandaloso dos direitos humanos" a situação vivida por opositores do governo comunista que estão atrás das grades.
Segundo a Procuradoria-Geral de Cuba, 790 pessoas, 55 delas menores de idade, foram processadas por "atos de vandalismo" e "graves perturbações da ordem" por terem participado das manifestações de 11 de julho de 2021.
A mobilização popular que ocupou as ruas das principais cidades do país no ano passado foi duramente reprimida por militares e policiais. Os protestos espontâneos foram motivados pela crise econômica e pela falta de liberdade de expressão.
Nichols afirmou que uma aproximação de Washington com Havana depende, inicialmente, de Cuba "libertar as centenas de presos políticos detidos" e "permitir uma maior liberdade de expressão e de acesso à internet", já que a conexão no país é controlada pelo Estado e diversas plataformas digitais têm o acesso bloqueado.
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A ONG Cubalex monitora a situação dos presos políticos em Cuba e tem uma lista pública com quase 1.400 nomes só de pessoas que foram detidas por terem participado dos atos de 11 de julho, número bem superior ao divulgado pelas autoridades. Há também dezenas de pessoas que ainda estão desaparecidas após serem levadas pelas autoridades cubanas.