EUA defenderão 'processo pacífico' na Venezuela que garanta eleições
Proposta de resolução ao Conselho de Segurança da ONU será apresentada para votação amanhã e diz que 'eleição de Maduro não foi livre ou justa'
Internacional|Da EFE
Os Estados Unidos pedirão no Conselho de Segurança da ONU que se inicie um "processo político pacífico" na Venezuela que leve o país a eleições presidenciais "livres, justas e críveis", com observadores internacionais, assim como o acesso de ajuda humanitária.
A minuta da resolução, à qual a Agência Efe teve acesso e que uma fonte diplomática disse que os EUA querem que seja votada amanhã no Conselho de Segurança, solicita diretamente ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que ajude a garantir estas eleições presidenciais, já que entende que os pleitos de 2018, que foram vencidos por Nicolás Maduro, "não foram nem livres nem justos".
Esta proposta de resolução, que deve ser vetada pela Rússia e talvez pela China, países que apoiam Maduro, destaca a necessidade de evitar uma maior deterioração da situação humanitária na Venezuela e facilitar o acesso "sem impedimentos" da ajuda humanitária.
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No entanto, põe ênfase principalmente em pedir que "se inicie um processo político pacífico" que conduza a eleições presidenciais "livres, justas e críveis (...) em conformidade com a Constituição da Venezuela".
Além disso, a minuta da resolução "solicita ao secretário-geral (da ONU) que utilize seus bons ofícios para ajudar a garantir eleições presidenciais livres, justas e críveis, e encoraje iniciativas posteriores pacíficas, inclusivas e críveis para enfrentar a prolongada crise no país".
O enviado dos EUA para a Venezuela, Elliott Abrams, já havia antecipado ontem que a resolução americana pediria "a admissão de ajuda humanitária" e comentaria "os fatos dos últimos dias".
O diplomata, que representou ontem seu país em uma acalorada reunião de urgência do Conselho de Segurança, disse que também gostaria ver no texto um pedido por eleições "livres" na Venezuela.
Os EUA já haviam proposto há semanas uma minuta de resolução respaldando o líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, quando este se autoproclamou presidente em exercício do país e reivindicou esses pleitos.
Dessa vez, nos seis pontos desta minuta de resolução não pedem expressamente que Guaidó seja o presidente, mas para "apoiar a restauração pacífica da democracia e do estado de direito na Venezuela", embora no preâmbulo ressalte a autoridade "constitucional da Assembleia Nacional eleita democraticamente".