EUA: Governo tenta trocar promotor que investiga aliados de Trump
Situação do procurador Jeffrey Berman em Nova York toma as manchetes dos EUA após o procurador-geral Bill Barr pedir a Trump que o demitisse
Internacional|Do R7
O presidente dos EUA, Donald Trump, se viu em mais uma situação controversa neste sábado (20), desta vez envolvendo um promotor federal de Nova York que investigou e ainda investiga algum de seus aliados mais importantes.
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Tudo começou na sexta, quando o procurador-geral do país, Bill Barr, anunciou a saída do procurador federal Jeffrey Berman, responsável pelo chamado Distrito Sul de Nova York. Inicialmente, Barr disse que o procurador estava se "retirando" do cargo e chegou a indicar um futuro substituto.
Uma hora depois, Berman divulgou um nota negando isso. "Eu não me demiti e não tenho intenção de me demitir do meu cargo, para o qual fui indicado pelos juízes federais do Distrito Sul. Vou deixar o cargo quando um candidato indicado pelo presidente for confirmado pelo Senado", afirmou.
Neste sábado, Barr enviou uma carta para Gorman, dizendo que ele teria sido demitido imediatamente pelo presidente, a seu pedido. No entanto, em uma conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump disse que não estaria "envolvido" com a questão e que tudo estaria nas mãos do procurador-geral.
Investigações contra aliados de Trump
Jeffrey Berman se tornou procurador do Distrito Sul em 2018, em meio a uma onda de demissões de procuradores federais ligados aos democratas, promovida pelo governo Trump. Depois disso, ele liderou investigações contra importantes aliados do presidente, como seu ex-advogado Michael Cohen e o atual advogado e ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani.
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A questão, segundo juristas ouvidos pela rede norte-americana NBC, é que Berman inicialmente ocupava o cargo de maneira interina. Com isso, o presidente tinha um prazo de 4 meses para indicar um subsituto, mas jamais o fez.
Dessa forma, os juízes do distrito se reuniram e oficializaram Berman no cargo até que o substituto seja finalmente indicado por Trump e aprovado no Senado. Pela lei, ele teria autonomia para permanecer na função até que o futuro procurador seja sabatinado e tome posse do cargo.
Até mesmo os senadores republicanos foram pegos de surpresa com os anúncios do caso e ainda não se comprometeram em aprovar o nome de Jay Clayton, apontado por Barr para ser o subsituto de Berman.