EUA pressionam para votar resolução sobre Venezuela
Elliot Abrams espera que solução para crise humanitária aconteça em reunião do Conselho de Segurança da ONU ainda nesta semana
Internacional|Da EFE
Os Estados Unidos estão pressionando para votar ainda nesta semana uma resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre os últimos eventos na Venezuela.
"Creio que teremos uma resolução nesta semana, que sem dúvida falará sobre a ajuda humanitária e os fatos dos últimos dias", disse o enviado especial americano para a Venezuela, Elliott Abrams.
Perguntado sobre um possível veto da Rússia, aliada do regime de Nicolás Maduro, Abrams avaliou que seria "vergonhoso" para o Kremlin bloquear um texto que garanta o envio de mais ajuda à Venezuela.
No entanto, enviado especial designado pelo governo de Donald Trump para a crise disse que a Casa Branca quer que a resolução defenda a realização de "eleições livres" na Venezuela.
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As declarações foram feitas por Abrams antes da reunião emergencial sobre a Venezuela no Conselho de Segurança da ONU, solicitada pelos Estados Unidos após os confrontos na fronteira da Venezuela com Brasil e Colômbia.
O enviado especial americano denunciou o "uso da força" por parte do governo de Maduro para "impedir que a ajuda humanitária chegasse às pessoas que tanto precisam e a querem". Para Abrams, a resposta do chavismo ao movimento foi "sem precedentes".
A Casa Branca deve continuar ampliando as sanções contra aliados de Maduro, como antecipou ontem o vice-presidente americano, Mike Pence, durante a cúpula do Grupo de Lima, em Bogotá.
"Anunciamos algumas sanções ontem, haverá outras nesta semana e mais na próxima semana. Vamos continuar impondo sanções a membros do alto escalão do regime e a pessoas que se ocupam de suas finanças", afirmou o enviado especial americano para a Venezuela.
Perguntado sobre uma possível intervenção militar para derrubar Maduro do poder, Abrams disse que a estratégia americana é usar toda a pressão diplomática, econômica e política para apoiar o "desejo de democracia" da população da Venezuela.
"O presidente (Trump) disse que todas as opções estão sobre a mesa. Os presidentes sempre dizem isso e acertadamente", completou.
A diplomacia americana entregou uma minuta de resolução aos demais membros do Conselho de Segurança da ONU há algumas semanas.
O objetivo do texto, obtido pela Agência Efe, é garantir apoio à Assembleia Nacional, controlada por opositores do chavismo, como "única instituição democraticamente escolhida na Venezuela". Além disso, a minuta defendia o "início imediato" de um processo político que leve a "eleições presidenciais livres, justas e críveis".
O movimento ganhou rapidamente oposição da Rússia, que propôs uma resolução alternativa. O Kremlin alega que a situação é um assunto interno e critica qualquer tentativa de intervenção estrangeira.
Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, assim como os EUA, a Rússia tem poder de vetar resoluções no órgão.