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EUA vão barrar entrada de 21 sauditas por morte de jornalista

Informação foi divulgada no mesmo dia em que Trump criticou autoridades sauditas afirmando que elas fizeram o "pior acobertamento da história"

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7, com Reuters

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Donald Trump dá entrevista na Casa Branca
Donald Trump dá entrevista na Casa Branca

Vinte e um sauditas terão seus vistos norte-americanos revogados ou inelegíveis devido ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, informou a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, nesta terça-feira.

A grande maioria dos 21 tem vistos dos EUA, disse uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA.


A informação foi divulgada no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou as autoridades sauditas afirmando que elas fizeram o "pior acobertamento da história" em relação ao caso. 

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Trump não deu suas opiniões sobre quem seria o responsável pela morte de Khashoggi. Mas o secretário de Estado Mike Pompeo disse que os Estados Unidos identificaram alguns dos oficiais de segurança e do governo saudita, que acreditam ter envolvimento no crime, e que, como retaliação, tomariam medidas apropriadas, incluindo a revogação de vistos.

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A declaração de Trump se encaixou às do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que horas antes havia rechaçado os esforços dos sauditas para associar a morte de Khashoggi a assassinos dissidentes.


A exigência de Erdogan era de que o governo saudita buscasse "de cima a baixo" os detalhes que envolvem a morte de Khashoggi. O incidente causou repercussão mundial e fragilizou as relações entre Riad e Washington. Fontes da Turquia afirmaram que uma gravação de áudio que supostamente documenta o assassinato estaria nas mãos das autoridades. Erdogan não fez referências à gravação.

Perguntado por um repórter no Salão Oval da Casa Branca sobre como o assassinato de Khashoggi poderia ter acontecido, Trump disse: "Eles tinham um conceito original muito ruim. Foi feito de maneira precária, e o acobertamento é um dos piores na história dos acobertamentos".


Crítico ao príncipe Mohammed bin Salman, Khashoggi havia se mudado para os Estados Unidos em junho de 2017 e se tornou colunista do jornal The Washington Post.

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Trump se mostrou contrariado com o assassinato mas ao mesmo tempo não deixou de lado suas preocupações em romper com o governo saudita, que tem se colocado na função de impedir que Irã e radicais islâmicos aumentem sua influência na região, o que contraria os interesses americanos e israelenses.

Por outro lado, o assassinato de Khashoggi, caso seja comprovado o envolvimento do governo saudita, é uma clara agressão aos Estados Unidos, justamente em um momento no qual a Arábia Saudita iniciava uma aparente abertura do regime. Diante disso, Trump falou também consequências "muito severas" e menções a possíveis sanções econômicas ao regime saudita,

Com o desdobramento da crise nas últimas três semanas, a Arábia Saudita mudou suas versões sobre Khashoggi. Riad inicialmente negou saber o destino do jornalista antes de dizer no último sábado que ele morreu após uma briga no consulado, uma versão recebida com ceticismo por diversos governos ocidentais, afetando suas relações com o principal exportador de petróleo do mundo.

A imprensa saudita disse no sábado que o rei Salman demitiu cinco oficiais depois do assassinato, conduzido por uma equipe de 15 homens. Entre os dispensados está Saud al-Qahtani, um importante assessor que fazia as redes sociais do príncipe Mohammed. De acordo com duas fontes de inteligência, Qahtani dirigiu o assassinato de Khashoggi dando ordens por Skype.

O rei Salman, de 82 anos, passou adiante o comando do dia-a-dia da Arábia Saudita para o príncipe de 33 anos. Uma reunião do gabinete saudita presidido pelo rei Salman disse que Riad responsabilizaria os culpados pelo assassinato e também os que não cumpriram seus deveres, sejam eles quem forem.

Pressão de Erdogan

Segundo suspeitam alguns parlamentares americanos, o assassinato teria sido ordenado pelo príncipe saudita. Nesta terça-feira, em discurso no Parlamento, Erdogan exigiu providências para se saber de que maneira e quem ordenou a morte do jornalista. Autoridades turcas suspeitam que Khashoggi foi morto e desmembrado dentro do consulado por agentes sauditas. 

"O governo saudita tomou um passo importante ao admitir o assassinato. Daqui pra frente, esperamos que eles descubram todos os responsáveis por esse assunto de cima a baixo e que os faça enfrentar as punições necessárias."

Ele completou:

"Da pessoa que deu a ordem, até a pessoa que a cumpriu, todos têm que ser responsabilizados", disse o presidente turco, acrescentando que os sauditas precisam "revelar quem são os responsáveis por essa questão de cima a baixo".

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