Evo Morales nega legalidade da ordem de prisão expedida na Bolívia
Ex-presidente alega que renúncia não foi avaliada pelo Congresso e nem aceita na Assembleia, logo, ele segue mandatário até o final de janeiro
Internacional|Da EFE
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, garantiu na quinta-feira que a ordem de prisão expedida pelo Ministério Público do país natal não tem qualquer validade, já que a renúncia ao cargo que ocupava não foi avaliada pelo Congresso.
"A ordem é injusta, ilegal e inconstitucional, por que não procede legalmente. Sigo sendo presidente e, por isso, devem ser cumpridos procedimentos dentro da lei boliviana", disse Morales, em entrevista coletiva concedida em Buenos Aires.
O ex-presidente lembra que a Assembleia Legislativa não aceitou, nem rechaçou o pedido de renúncia que apresentou no dia 10 de novembro deste ano. Então, segundo a Constituição, ele segue na chefia do governo até 22 de janeiro.
"Estou demonstrando que Evo segue sendo presidente, então não procede essa ordem de apreensão", disse.
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O ministro interino do Governo, Arturo Murillo, compartilhou no Twitter uma imagem do documento com a ordem para que Evo, refugiado na Argentina, seja detido e levado à Procuradoria Especial Anticorrupção para "prestar depoimento".
Denúncias do governo interino
Em novembro, o governo boliviano interino apresentou uma queixa contra o ex-presidente junto ao Ministério Público de La Paz por crimes como terrorismo, acusando-o de incitar a violência, a partir de seu asilo no México, contra o governo de Jeanine Áñez .
A denúncia baseia-se em provas como um vídeo em que é ouvida uma voz atribuída a Evo, cuja autenticidade não foi verificada por fontes independentes.
A voz, supostamente por telefone do México, incita um líder cocaleiro na Bolívia, contra o qual também há um mandado de prisão expedido, a manter cidades bloqueadas para impedir a entrada de alimentos.