Ex-líder do KKK pede que Trump aja contra reforma agrária sul-africana
A África do Sul quer promover uma reforma legal para facilitar o acesso à terra à população negra, mas a ação foi criticada pelo presidente dos EUA
Internacional|Do R7

O antigo líder da Ku Klux Klan David Duke pediu, nesta quinta-feira (23), ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tome as rédeas do tema.
A reação de Duke veio depois de o líder americano aproveitar uma notícia divulgada pela emissora Fox News para criticar a decisão da África do Sul de promover uma reforma legal que procura facilitar o acesso à terra à população negra.
"Pedi ao secretário de Estado, Mike Pompeo, que estude de perto as medidas da África do Sul com relação à apreensão e desapropriação de terras e fazendas e os assassinatos de granjeiros em grande escala", afirmou Trump em sua conta pessoal do Twitter.
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Depois de o governante ter publicado esta mensagem, Duke decidiu retuitá-la acompanhada de um texto no qual agradecia a Trump por sua atitude, ao mesmo tempo que cobrava a atuação do presidente.
"A Rússia já acordou receber 15 mil granjeiros sul-africanos brancos. Você precisa se movimentar, senhor presidente", disse o ex-líder do KKK, que, além disso, compartilhou uma foto em branco e preto na qual é possível ver uma jovem loira com um cartaz que diz "parem com o genocídio branco".
Comentários desapropriados
O governo sul-africano do presidente Cyril Ramaphosa qualificou de "desapropriados" os comentários de Trump, afirmou que se baseiam em "informação falsa" e anunciou que solicitou formalmente uma reunião com os representantes dos EUA em Pretória para esclarecer essas críticas.
Segundo números oficiais, na África do Sul a minoria branca possui 72% da terra; os mestiços e índios, 15%, e a maioria negra, que viveu sem direitos durante décadas, só possui 4% apesar de já terem se passado 24 anos desde a chegada da democracia.

