Resumindo a Notícia
- Dmitri Medvedev posicionou-se energicamente diante do mandado de prisão a Putin.
- O ex-presidente da Rússia comparou o documento a um papel higiênico.
- O governo da Rússia não reconhece a legitimidade do TPI, que emitiu o mandado de prisão.
- Putin seria responsável pela deportação de crianças ucranianas de regiões ocupadas.
Dmitri Medvedev foi presidente da Rússia entre 2008 e 2012
Yulia Zyryanova/Sputnik/Pool via Reuters - 25.1.2022O ex-presidente da Rússia Dmitri Medvedv disse nesta sexta-feira (17) que o mandado de prisão emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) em nome de Vladimir Putin tem a mesma validade que um papel hegiênico.
"Não há necessidade de explicar onde esse papel deve ser usado", escreveu ele no Twitter em inglês, junto com um emoticon de papel higiênico.
O governo da Rússia também negou qualquer validade jurídica do mandado de prisão emitido pelo TPI contra Putin por crimes de guerra e afirmou que a Rússia não reconhece esse tribunal.
"A Rússia, como vários Estados, não reconhece a jurisdição desse tribunal e, portanto, do ponto de vista da lei, as decisões desse tribunal são nulas", disse o porta-voz do presidente russo, Dmitri Peskov.
O tribunal de Haia emitiu mandados de prisão a Putin e à comissária presidencial da Rússia para os Direitos da Infância, Maria Alekseyevna Lvova-Belova. Ambos são acusados de um suposto envolvimento na deportação de crianças de áreas da Ucrânia ocupadas por Moscou, após a invasão do país, em fevereiro de 2022.
"Que bom que a comunidade internacional apreciou o trabalho para ajudar as crianças do nosso país", disse, ironicamente, a comissária Lvova-Belova, citada pela agência estatal de notícias RIA Novosti.
"Recebi sanções de todos os países, inclusive do Japão, e agora um mandado de prisão [...], mas vamos continuar trabalhando", acrescentou.
Já o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, considerou que a "importante decisão" do TPI marca "o início do processo [...] para que a Rússia e seu líder sejam responsabilizados pelos crimes e atrocidades que estão cometendo na Ucrânia".