Falecido CEO da OceanGate tentou usar o submersível Titan para mineração em alto-mar
Desejo de Stockton Rush de aderir à prática controversa, mas lucrativa, foi exposto em uma entrevista concedida por ele em 2017
Internacional|Maria Cunha*, do R7
O falecido CEO da OceanGate, Stockton Rush, tentou usar o submersível Titan para fazer mineração em alto-mar. Em uma conversa concecida à revista de negócios Fast Company, em 2017, o executivo demonstrou desejo de aderir à prática controversa, mas lucrativa, de buscar minerais no fundo do oceano.
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Rush e as outras quatro pessoas a bordo do submersível Titan morreram após a embarcação sofrer uma implosão, no último dia 18 de junho. Os tripulantes partiram em uma expedição para visitar os destroços do famoso transatlântico Titanic.
Desde a tragédia, a OceanGate passou a ser submetida a exames minuciosos. Rush, em particular, recebeu atenção póstuma, depois que ele supostamente não atendeu às repetidas preocupações de funcionários e especialistas sobre a segurança do submarino durante a construção.
Na entrevista à Fast Company, Rush discutiu os planos de usar a embarcação para colher recursos do fundo do oceano, na esperança de eventualmente reduzir os custos para futuras viagens.
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"O maior recurso é o petróleo e o gás, e eles gastam cerca de 16 bilhões de dólares (R$ 77,6 bilhões) por ano em robôs para atender às plataformas de petróleo e gás", afirmou Rush, em meio a um suposto esforço para passar da fase de construção do submarino para os testes.
"Mas as [empresas] de petróleo e gás não adotam novas tecnologias. Eles querem que isso seja provado, eles querem que isso seja divulgado", completou ele.
Rush disse, ainda, que o sucesso dos eventuais mergulhos turísticos da OceanGate poderia provar às empresas que seu submersível também poderia ser utilizado para negócios.
"O valor de longo prazo está no lado comercial. O turismo de aventura é uma forma de rentabilizar o processo de comprovação da tecnologia", declarou o executivo. "O Titanic é para onde vamos desde a inicialização até o negócio em andamento."
A visão de Rush, no entanto, não se concretizou, já que o casco predominantemente de fibra de carbono do Titan sucumbiu à pressão sofrida em direção aos 3.800 metros de profundidade, após duas viagens bem-sucedidas nos anos anteriores.
A revelação exposta na entrevista à Fast Company ocorre cerca de uma semana depois que a mídia informou sobre a demissão de um ex-funcionário da OceanGate, David Lochridge, após ele ter demonstrado preocupações sobre o Titan, em janeiro de 2018.
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
As teorias da conspiração sobre o naufrágio do Titanic