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Falha de Cascádia: terremoto ameaça afundar a terra, matar 30 mil e aniquilar a costa dos EUA

Estudo da Universidade da Califórnia projeta mais de 2.000 pontes e viadutos destruídos e rombo de US$ 81 bilhões com eventual tremor

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A costa oeste dos EUA enfrenta a ameaça de um megaterremoto devido à falha geológica da Zona de Subducção de Cascádia.
  • Um estudo estima que um futuro terremoto pode causar uma destruição massiva, com 30 mil mortes e prejuízos de US$ 81 bilhões.
  • A crise climática pode intensificar os efeitos do terremoto, com a possibilidade de afundamento do solo e desastres ambientais.
  • O Centro de Ciências de Terremotos está preparando a população com alertas e simulações de resposta a terremotos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Eventual terremoto, chamado de 'Big One', destruiria 170 mil prédios nos Estados Unidos Reprodução/Universidade do Oregon

A costa oeste dos Estados Unidos convive com a ameaça de um megaterremoto há pelo menos 325 anos, quando ocorreu o tremor de magnitude 9 na região. Na ocasião, em 17000, o abalo provocou ondas de 800 km/h e até 20 metros, que chegaram à costa em meia hora e invadiram o território em 8 km — rios viraram um amontoado de escombros durante as 5 horas do tsunami.

O tremor devastador ocorreu devido à Zona de Subducção de Cascádia, uma falha geológica de 1.000 km de extensão entre o sul da Colúmbia Britânica, no Canadá, e o norte da Califórnia. A faixa é uma panela de pressão, que causa o vazamento de um líquido misterioso do fundo do mar.


EUA: vazamento de fluido tem papel crucial na lubrificação entre placas tectônicas Reprodução/Universidade de Washington

O risco de um abalo sísmico tão assolador como esse sempre volta à tona porque o fluido não para de minar. E mais: a crise climática deverá potencializar a destruição, segundo a ciência.

A preocupação é tamanha que Fundação Nacional de Ciência dos EUA enviaram, em 2023, US$ 15 milhões para criar o Centro de Ciência de Terremotos da Região de Cascádia, ligada à Universidade do Oregon.


Terremoto aniquilador

Cientistas da entidade estimam em 35% as chances de a falha provocar outro terremoto de magnitude igual ou superior 8.0 nos próximos 50 anos. Quando ocorrer, o tremor causará um tsunami, desencadeará riscos em cascata e remodelará o noroeste do Pacífico.

Por exemplo, 90% do combustível usado no estado americano do Oregon estão estocados em tanques ao longo das planícies que rodeia o Rio Willamette. São 350 milhões de galões guardados lá. No caso de um terremoto, o solo implodiria e esses tanques se romperiam, com o derramamento de mais de 100 milhões de galões nos rios e afluentes. Seria um desastre ambiental e de saúde pública.


Inundações costeiras

Um estudo divulgado em abril pela Universidade da Califórnia indica que o terremoto provavelmente causará um afundamento abrupto do solo entre 0,5m e 2 m. Esse solapamento do solo estaria associado ao aumento do nível do mar, o que devastaria as lavouras perto da costa.

Até 2100, com o ritmo da crise climática, a exposição dos moradores do local aos efeitos do terremoto deverá mais que triplicar.


Infraestrutura, mortes e prejuízo

Somente no Oregon e em Washington, pelo menos 30 mil pessoas morreriam com o primeiro impacto das ondas do tsunami causado por um terremoto de magnitude 9 na escala Richter, indica o estudo.

Além disso, 2.000 pontes e viadutos ruiriam e 170 mil prédios e construções em geral, localizados na costa, também seriam destruídos ou danificados. Ao menos 75% das rodovias costeiras, 60% de quartéis dos bombeiros, 75% das escolas e 80% dos portos seriam extintos.

O prejuízo estimado é de US$ 81 bilhões – ou R$ 432 bilhões.

Comunidade se prepara

O Centro de Ciências para Terremotos para a Região de Cascádia, associado à Universidade do Oregon, reuniu diversos especialistas, de vários setores, da comunidade local para preparar a sociedade para um grande terremoto, que pode ocorrer em cinco ou em 100 anos. Os habitantes sabem que o plano é desafiador, mas não impossível.

Um dos avanços obtidos pela sociedade local foi o desenvolvimento de um sistema de advertências para terremoto chamado ShakeAlert — já disponível na Califórnia, Oregon e Washington. Funciona assim: sensores posicionados no mar e em terra, distantes entre 6 e 12 milhas entre si, emitem sinais em caso de tremores. Com isso, as autoridades enviam um alerta para o celular dos locais.

Sistema de sensores ajuda população, com alertas no celular, em caso de tsunami Divulgação/Sistema Geológico dos EUA/USGS

Treinamento para terremotos

Em 16 de outubro, os Centro de Cascádia promete fazer o maior ensaio de resposta a terremotos do mundo. Nomeado como ShakeOut, o evento ocorre na terceira quinta-feira de outubro todos os anos, sempre às 10h16 da manhã por causa da data (16 de outubro em inglês, ou 10/16).

“Assim que você sentir tremer ou receber um alerta de terremoto, você precisa se abaixar, se cobrir e se proteger”, já adverte a entidade.

Até agora, mais de 22,8 milhões de pessoas ao redor do mundo já se inscreveram para o evento, sendo 16,7 milhões só dos Estados Unidos.

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