Famílias de Gaza usam pulseiras para identificar parentes e evitar enterro em valas comuns
Os bombardeios no enclave palestino já causaram a morte de mais de 6.500 pessoas desde o início da contraofensiva israelense
Internacional|Do R7
Com tantos cadáveres, os palestinos em Gaza estão enterrando os mortos não identificados em valas comuns, com um número em vez de um nome, dizem os moradores. Agora, algumas famílias estão usando pulseiras, na esperança de encontrar entes queridos caso eles sejam mortos.
A família El-Daba tem tentado reduzir o risco de ser atingida durante os bombardeios israelenses, iniciados após um ataque do grupo terrorista Hamas. Ali El-Daba, de 40 anos, disse que viu corpos despedaçados em Gaza e que eles estavam irreconhecíveis.
Ele contou que decidiu dividir sua família para evitar que todos morressem em um único ataque. A esposa, Lina, de 42 anos, manteve dois filhos e duas filhas na cidade de Gaza, no norte, enquanto ele se mudou para Khan Younis, no sul, com três filhos.
Ali afirmou que estava se preparando para o pior. Ele comprou pulseiras de cordão azul para os membros da família e amarrou-as em ambos os pulsos. "Se algo acontecer", disse ele, "dessa forma eu os reconhecerei."
Outras famílias palestinas também estavam comprando ou fazendo pulseiras para os filhos ou escrevendo o nome deles nos braços.
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Os enterros em massa foram autorizados por clérigos muçulmanos locais. Antes do sepultamento, os médicos guardam fotos e amostras de sangue dos mortos e lhes dão números.
Os militares israelenses mandaram os cidadãos de Gaza que deixassem o norte da região — um dos lugares mais densamente povoados do mundo — e fossem para o sul, porque é mais seguro. Mas os ataques aéreos têm atingido todo o enclave governado pelo Hamas.
Um total de 756 palestinos, incluindo 344 crianças, foi morto nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo grupo terrorista Hamas. O órgão acrescentou que pelo menos 6.546 palestinos foram mortos pelos bombardeios israelenses desde 7 de outubro, entre eles 2.704 crianças.
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