Farc retomam diálogo de paz com a Colômbia
Negociações já duram mais de um ano e progridem com sucesso
Internacional|Do R7
A guerrilha das Farc retomou nesta segunda-feira (13), em Havana, Cuba, as negociações com o governo colombiano, fazendo críticas ao presidente Juan Manuel Santos.
"Em nada ajudam essas expressões [de Santos] na geração de confiança entre as partes, que buscam levar adiante um processo de paz", afirmou o chefe da delegação rebelde, Iván Márquez.
O dirigente das Farc respondeu assim a um discurso de Santos ante militares colombianos, em 26 de novembro de 2013, no qual afirmou que o processo de paz em curso foi possível graças ao Plano Colômbia, lançado pelos Estados Unidos em 2000 para lutar contra o narcotráfico.
A delegação do governo colombiano, liderada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, se absteve de fazer declarações ao chegar ao Palácio das Convenções de Havana.
2 de 6 pontos já foram fechados
Ao longo de 2013, o governo e as Farc fecharam dois acordos parciais em uma agenda de seis pontos, e, embora o diálogo não avance no ritmo que Santos e o país esperavam, o que foi conseguido até agora dá solidez ao processo.
O primeiro acordo, sobre terras e desenvolvimento rural, foi fechado em 26 de maio. E o segundo, sobre participação política, foi anunciado quase seis meses depois, em 6 de novembro, após o qual o governo e as Farc passaram a discutir outro tema espinhoso, o das drogas ilícitas, um fenômeno que há décadas se transformou em "combustível" do conflito colombiano.
Durante todo o ano, os colombianos acompanharam com atenção os altos e baixos das negociações em Havana e, em função desse processo, as diferentes forças políticas prepararam sua estratégia para as eleições legislativas, do dia 9 de março, e as presidenciais, de 25 de maio. As negociações de paz redefiniram a agenda política da Colômbia, incluindo a possibilidade de reeleição do presidente.