Filha de espião russo envenenado rejeita ajuda de embaixada
Embaixada russa em Londres insiste em reunião com Yulia e Sergei Skripal e afirma que 'a situação em torno deles parece uma prisão forçada'
Internacional|Do R7
Yulia Skripal, que foi envenenada no Reino Unido no mês passado junto a seu pai, um ex-espião russo, disse nesta quarta-feira (11) que não deseja aceitar a oferta de serviços da embaixada russa em Londres.
Em comunicado emitido em seu nome pela polícia britânica, Skripal disse que seu pai continua gravemente doente e que ainda está sofrendo dos efeitos do gás nervoso usado contra eles em um ataque que levou a uma das maiores crises em relações britânicas com Moscou desde a Guerra Fria.
“Eu tenho acesso a amigos e família, e fui informada dos meus contatos específicos na embaixada russa que gentilmente me ofereceram assistência da maneira que puderem”, disse Yulia Skripal.
“No momento eu não desejo me aproveitar de seus serviços, mas, se eu mudar de ideia, sei como entrar em contato com eles”.
A embaixada russa em Londres havia informado anteriormente que não havia concedido acesso consular à mulher de 33 anos.
Após a declaração de Yulia Skripal, a embaixada disse: "Continuamos a insistir em uma reunião com Yulia e Sergei Skripal. A situação em torno deles parece cada vez mais uma prisão forçada".
Yulia Skripal foi liberada na segunda-feira de um hospital na cidade inglesa de Salisbury, onde, segundo ela, foi tratada com “óbvia especialidade clínica e com muita gentileza”.
Skripal disse não estar forte o suficiente para dar uma entrevista à mídia e disse que comentários feitos por sua prima à mídia russa não representam os dela nem de seu pai.
“Eu agradeço minha prima Viktoria por sua preocupação conosco, mas peço que ela não me visite ou tente entrar em contato comigo por ora”, disse ela, segundo o comunicado.
Os Skripal ficaram em estado crítico por semanas após o ataque em 4 de março, antes de terem melhorias de saúde.
O Reino Unido acusou a Rússia de estar por trás do ataque com agente nervoso, e governos do Ocidente, incluindo os Estados Unidos, expulsaram mais de 100 diplomatas russos. A Rússia negou qualquer envolvimento no envenenamento e respondeu da mesma forma.