Flórida executa condenado por estupros e assassinatos que alegava ter transtornos mentais

Duane Owen cometeu os crimes contra uma adolescente de 14 anos e um mulher de 38 anos, em 1984

16/06/2023 - 08h28 (Atualizado em 20/04/2024 - 04h09)

Duane Owen, condenado à morte pelo estupro e assassinato de uma adolescente de 14 anos e uma mulher de 38, em dois casos ,em 1984, foi executado na quinta-feira (15) na Flórida. Seus advogados, que alegavam que ele sofria de graves transtornos mentais, tiveram negados dois recursos para suspender a pena capital.

Nesta quinta-feira (15), tanto o juiz Clarence Thomas, da Suprema Corte dos Estados Unidos, como o juiz Rodney Smith, do tribunal do distrito do sul da Flórida, rejeitaram os recursos.

Segundo jornais da Flórida como o Orlando Sentinel, Owen, de 62 anos, recebeu uma injeção letal e foi declarado morto às 18h14 (horário local; 19h14 em Brasília) na prisão estadual do condado de Bradford, no norte da Flórida.

Uma equipe de três psiquiatras indicados pelo governador do estado, Ron DeSantis, para avaliar a saúde mental do réu determinou, em maio, que ele estava "fingindo" ter um transtorno mental grave. A defesa, no entanto, continuou a argumentar que os problemas eram "reais" — esquizofrenia, entre outros — e que, constitucionalmente, ele não poderia receber a pena capital.

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"A Flórida pouco se importa com sentenças justas e eficientes, mas Owen [...] tem o direito de ser sentenciado de acordo com a Constituição", disseram os advogados de defesa no recurso apresentado à Suprema Corte, informou o jornal Florida Phoenix na última terça-feira (13).

“Esse direito inclui a capacidade de ter uma revisão judicial significativa das complexas reivindicações constitucionais que ele levantou oportunamente", acrescentaram os advogados em uma citação, na qual também alegam que foi negado ao réu o devido processo legal.

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Sete juízes da Suprema Corte da Flórida haviam votado anteriormente contra a suspensão da execução de Owen e rejeitaram outras moções da defesa, incluindo uma para que Owen se submetesse a exames de imagem para determinar o estado de seu cérebro.

Owen foi condenado pelos assassinatos de Karen Slattery, uma estudante de 14 anos, que foi esfaqueada e depois abusada sexualmente, e Georgianna Worden, de 38 anos e mãe de dois filhos, que foi atacada com um martelo e estuprada.

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Os dois crimes aconteceram no condado de Palm Beach, na Flórida, em 1984, com poucas semanas de diferença, e Owen confessou tê-los cometido quando foi preso, no fim daquele ano.

Os casos foram julgados separadamente, e ele recebeu sentença de morte em ambos.

A execução de Owen foi a quarta no ano na Flórida e a 103ª desde 1976, quando a pena capital foi restabelecida no estado, onde 293 detentos estão atualmente no "corredor da morte".

A Conferência dos Bispos Católicos da Flórida (FCCB) pediu ao governador DeSantis, em 31 de maio, que suspendesse a execução de Owen e comutasse sua sentença para prisão perpétua sem liberdade condicional, mas o pedido não foi atendido.

Caverna, cordilheira e mar: relembre 7 casos de resgates dramáticos

O caso das crianças que sobreviveram na Amazônia colombiana por 40 dias após um acidente de avião, chocou o mundo. Os quatro irmãos, de 1 a 13 anos, ficaram sozinha e perdidas após todos adultos a bordo morrerem. O acontecimento que gerou comoção internacional não é um caso isolado. Conheça outras histórias de pessoas que passaram por situações extremas.

Quatro meses nos Andes
Um voo uruguaio caiu na cordilheira dos Andes em 1972, deixando cerca de 16 sobreviventes. O grupo ficou no local por 72 dias, e alguns não resistiram do resgate chegar.

Com a gravidade da situação, os sobreviventes precisaram recorrer a medidas extremas, como alimentar-se de dois corpos dos colegas que morreram. Uma dupla de sobreviventes saiu em uma extensa jornada, caminhando por 10 dias, para conseguir ajuda. Sem isso, as 14 pessoas ainda vivas morreriam abandonadas no alto dos Andes. A história virou um exemplo de companheirismo e trabalho em grupo para muitos.

Nas minas por 69 dias

Em 5 de agosto de 2010, 32 mineiros chilenos e um boliviano, ficaram presos na mina San José, no Chile, após um desmoronamento. Temia-se que todos estivessem mortos. No entanto, após 69 dias, todos foram resgatados com vida. O drama do grupo, conhecido como "os 33", foi acompanhado mundialmente, com o resgate transmitido ao vivo. Uma rocha gigante bloqueou o túnel de acesso, exigindo a criação de uma rota alternativa. O esforço envolveu uma complexa operação de resgate e uma cápsula especial foi usada para trazer os mineiros de volta à superfície

20 dias em uma floresta chilena

Daniel Flores García, um estudante de psicologia chileno de 32 anos, foi encontrado vivo após passar 20 dias perdido em uma densa floresta do sul do Chile. Durante esse período, ele conseguiu sobreviver alimentando-se de insetos e plantas. No dia 6 de fevereiro de 2013, Daniel estava acampando com os amigos quando decidiu fazer um passeio nos arredores. Porém, o homem se perdeu, praticamente sem suplementos.

Ele vestia apenas shorts esportivos, camiseta e um par de coturnos. Para a caminhada ele levou uma garrafa de água, uma máquina fotográfica e o celular, que não tinha sinal. Daniel utilizou os objetos disponíveis para sua sobrevivência, aplicando técnicas que havia visto em filmes. Ele quebrou a máquina fotográfica para criar uma faca improvisada e utilizou bambus e outras plantas para obter alimento a partir de seus talos e para construir abrigos com suas folhas, enquanto tentava achar a saída da floresta. As investigações concluíram que o homem, na verdade, andou em círculos em torno de um mesmo morro, onde poucos aldeões moram, dificultando sua localização

60 horas no mar

Harrison Okene, um cozinheiro nigeriano, viveu um cenário digno de filme enquanto trabalhava em um navio. A embarcação sofreu um naufrágio, e Okene ficou submerso por 60 horas antes de ser descoberto por mergulhadores. O homem só conseguiu sobreviver porque se alojou em um banheiro do navio, que formou uma bolha de ar.

Preso no fundo do mar, numa cabine apertada, submerso do peito para baixo, tudo que ele podia fazer era esperar. O acidente ocorreu a cerca de 30 km da costa da Nigéria, em 26 de maio de 2013. Após o resgate, Okene compartilhou sua angustiante experiência com a imprensa. O homem afirmou que, mesmo no escuro, sabia que não estava sozinho. "Eu sentia os corpos da minha tripulação nas proximidades. E eu sentia o cheiro deles. Os peixes comiam os cadáveres. Eu podia ouvir o som. Foi um horror"

Caverna da Tailândia

Um time infanto-juvenil de jogadores de futebol, com idades entre 11 e 16 anos, decidiu explorar uma caverna com o treinador. O grupo ficou preso após uma inundação repentina por mais de duas semanas. Mergulhadores experientes e equipes de resgate internacionais trabalharam incansavelmente para localizar e fazer o resgate na escuridão. Todos envolvidos sobreviveram

13 dias nos escombros da Turquia

Outro caso marcante de sobrevivência sob escombros aconteceu recentemente, quando um terremoto de magnitude 7,8 abalou regiões na Turquia e na Síria. Três pessoas foram resgatadas com vida após ficarem 13 dias embaixo dos escombros, sendo uma delas criança

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