Flórida: FBI investigou conta em redes sociais no nome de atirador
Tiroteio em escola pública deixou pelo menos 17 mortos; Nikolas Cruz é formalmente acusado de assassinato premeditado
Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7, com agências internacionais
O FBI investigou, no ano passado, uma conta no Youtube em nome de 'Nikolas Cruz' — o mesmo do jovem de 19 anos formalmente acusado pela polícia americana de assassinato premeditado após abrir fogo contra estudantes em uma escola pública na cidade de Parkland, no estado da Flórida, nos EUA, nesta quarta-feira (14). A informação foi confirmada por Rob Lasky, agente oficial do FBI em Miami, em coletiva de imprensa realizada pelas forças de segurança americanas nesta quinta-feira (15).
Segundo o pronunciamento de Lasky, o usuário comentava em vídeos do Youtube querer ser 'atirador profissional em escolas'. A mídia local divulgou que ele chegou a publicar 'eu quero fazer o que ele fez' em um vídeo sobre o homem que disparou contra estudantes de uma torre na Universidade do Texas em 1960.
As forças de segurança afirmaram que tentaram checar as informações referentes ao autor das publicações, mas não chegaram a nenhuma conclusão por não terem informações sobre a data e a localidade exatos dos posts.
Na quarta-feira, pelo menos 17 vítimas foram mortas por Cruz durante o tiroteio, enquanto outras 15 ficaram feridas, segundo o último balanço da polícia do condado de Broward. O jovem atirador, de 19 anos, era aluno da instituição de ensino e havia sido expulso por indisciplina em 2017. De perfil agressivo, ele iniciou uma campanha de terror, jurando vingança, segundo relatos de alunos. Ele foi detido pelos agentes a 1,5 km de distância da escola enquanto fugia em meio à multidão de estudantes. Cruz se rendeu à polícia sem resistência e foi preso com uma grande quantidade de munição e um rifle AR-15.
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Durante coletiva de imprensa, o xerife Scott Israel, porta-voz da polícia do Condado de Broward, afirmou que todas as famílias de vítimas já foram notificadas da tragédia e que as autoridades querem "ter certeza de que isso nunca mais acontecerá novamente". Os meios pelos quais o atirador adquiriu sua arma estão sendo investigados, disse Israel.
O governador da Flórida, Rick Scott, também esteve presente no pronunciamento — e afirmou que realizará uma reunião com líderes estaduais para discutir segurança em escolas nas próximas semanas. "A violência tem que parar, nós não podemos perder outra criança para a violência nas escolas", disse.
— Precisamos conversar sobre duas coisas: sobre a segurança que os pais precisam ter ao mandar seus filhos para a escola e sobre garantir que adolescentes com doenças mentais não cheguem perto de armas.
Robert W. Runcie, superintentende das escolas públicas no Condado de Broward, foi mais incisivo — e reforçou que "agora é hora de o país ter uma conversa séria sobre controle de armas". As autoridades ainda comentaram a importância do financiamento para a saúde mental nas escolas e exaltaram as ações dos 'heróis' que perderam suas vidas para salvar estudantes — um técnico de futebol e uma professora que usaram os próprios corpos como escudo para impedir que alunos fossem alvejados.
A tragédia em Parkland foi o 18º incidente com tiros em uma escola dos EUA até agora este ano, de acordo com o grupo de controle de armas Everytown for Gun Safety. Esse número inclui suicídios e incidentes quando ninguém foi ferido, bem como o incidente de janeiro, quando um jovem armado de 15 anos matou dois estudantes em uma escola secundária de Benton, Kentucky.