Fome e insegurança alimentar aumentam no mundo, diz ONU
A situação mais grave é a do Iêmen, com 11 milhões de pessoas que vivem sem saber quando será a próxima refeição
Internacional|Beatriz Sanz, do R7, com agências internacionais
Um novo relatório mundial aponta que 124 milhões de pessoas em 51 países diferentes passaram fome ou enfrentaram uma situação de insegurança alimentar em todo o mundo, em 2017.
São 11 milhões de pessoas a mais do que no ano anterior. Em 2016, esse cenário trágico estava presente em 48 nações.
O estudo foi realizado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), a União Europeia e o Programa Alimentar Mundial da ONU e divulgado nesta quinta-feira (22), em Roma. O relatório exige ações humanitárias urgentes para conter o problema.
A maior causa da fome são os conflitos e guerras. Segundo a FAO, a fome de 60% das pessoas que enfrentam esse problema é motivada pelos conflitos.
Fome é provocada por guerras e clima
Isso acontece principalmente em países da África e do Oriente Médio como Iêmen, Sudão do Sul, República Democrática do Congo (RDC) e a região nordeste da Nigéria.
O segundo fator potencializador dessa crise alimentar mundial são as mudanças climáticas.
A seca enfrentada pela África do Sul é um exemplo. Outros 22 países — a maioria situada no continente africano — viram cerca de 39 milhões pessoas serem acrescentadas na lista da população que vive em situação aguda de insegurança alimentar pelo mesmo motivo.
Em 2018, fome pode aumentar
A preocupação das organizações envolvidas no estudo é a de que esse cenário tende a se intensificar cada vez mais.
Tanto que as previsões para 2018 não são as mais animadoras. E mais uma vez, os conflitos nesses países será o responsável por manter boa parte da população mundial faminta e subnutrida.
A situação mais grave é a do Iêmen. O país do oriente médio vive a mais longa crise alimentar entre todos os outros apresentados. São 17 milhões de pessoas na condição de insegurança alimentar.
Para efeito de comparação, a Síria — que vive uma das mais longas guerras da década —, o Iraque e a Palestina juntos possuem 10 milhões de pessoas no mesmo estado.
O cenário no Iêmen deve continuar crítico por conta da grande crise financeira enfrentada pelo país e também do surto de doenças.