Força Aérea dos EUA moderniza bombardeiros B-2 Spirit para mantê-los ‘invisíveis’ no ar
Aeronaves recebem avanços em furtividade, comunicação e manutenção enquanto aguardam substituição pelos B-21 Raiders
Internacional|Do R7

A Força Aérea dos Estados Unidos intensificou os esforços de modernização dos bombardeiros B-2 Spirit, com o objetivo de manter a letalidade e a relevância dessas aeronaves estratégicas em missões de alta complexidade ao redor do mundo.
Reconhecido por sua capacidade de penetrar em espaços aéreos fortemente defendidos, o B-2 permanece como um dos principais instrumentos do arsenal americano, mesmo após quase três décadas em operação.
LEIA MAIS:
A modernização inclui avanços na capacidade de se manter oculto, na tecnologia de comunicação e na agilidade nos processos de manutenção. O Centro de Gerenciamento do Ciclo de Vida da Força Aérea detalhou recentemente as iniciativas em andamento para atualizar tanto o software quanto o hardware do avião, visando garantir sua prontidão e eficácia diante de ameaças cada vez mais sofisticadas.
De acordo com o tenente-coronel Robert Allen, líder de programas avançados do B-2, rotular a aeronave como “legado” é um equívoco. “O B-2 é uma plataforma operacional que conduz ataques hoje e, se necessário, será um dos primeiros a ser acionado em situações de conflito”, afirmou Allen.
Desenvolvido pela Northrop Grumman e avaliado em US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,8 bilhões) por unidade, o B-2 Spirit entrou em serviço em 1997 e participou de sua primeira missão de combate durante a Guerra do Kosovo. Capaz de transportar cargas nucleares e convencionais, o bombardeiro integra o chamado “tríade nuclear” americana, ao lado de mísseis balísticos intercontinentais e ogivas lançadas por submarinos.
Para garantir maior disponibilidade das aeronaves, a Força Aérea buscou agilizar os trabalhos de manutenção. O programa de manutenção pesada, realizado a cada nove anos, costumava consumir 470 dias por aeronave. Com mudanças no processo, como inspeções antecipadas e ajustes na ordem das tarefas, o último ciclo foi concluído em 379 dias, um avanço significativo para a frota ativa de 20 unidades.
Segundo o coronel Francis Marino, gestor do programa B-2, as inspeções prévias reduziram surpresas durante os reparos. Além disso, em maio de 2024, a Northrop Grumman foi contratada para realizar serviços de suporte e atualização da frota, num acordo que pode chegar a US$ 7 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões).
Entre os aprimoramentos, destaca-se a adoção de sistemas de comunicação por satélite com alcance além da linha de visão, permitindo transmissão e recepção simultâneas de voz e dados. O upgrade promete acelerar o planejamento de missões em tempo real, tornando o B-2 ainda mais integrado aos cenários modernos de combate.
O B-2 também recebeu novas tecnologias para dificultar ainda mais a detecção por sistemas de defesa aérea inimigos. O design de asa voadora, alinhamento de bordas e tecnologias específicas contribuem para a eficácia do bombardeiro em múltiplas bandas de frequência.
Segundo o tenente-coronel Benjamin Elton, líder de capacidades integradas do B-2, as atualizações de sensores e sistemas de comunicação são cruciais para enfrentar ameaças emergentes e ampliar a versatilidade do bombardeiro.
Apesar das inovações, a aposentadoria dos B-2 está prevista para a próxima década, quando serão gradualmente substituídos pelos novos B-21 Raider. Também fabricado pela Northrop Grumman, o B-21 já passou pelos primeiros testes de voo e deve contar com furtividade, sensores e capacidade de carga superiores, além de abrigar armamentos ainda em desenvolvimento.
O cronograma do programa B-21 sofreu ajustes ao longo dos anos, mas a expectativa é de que os primeiros modelos entrem em serviço antes de 2030, com uma produção mínima de 100 unidades. Até lá, os B-2 Spirit continuarão representando o que há de mais avançado na aviação de bombardeio estratégica americana.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp.
