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A Coreia do Norte realizou um desfile paramilitar no 75º aniversário da fundação do país, que, segundo a imprensa estatal, contou com a presença do líder Kim Jong-un e das delegações da China e da Rússia, países com os quais Pyongyang aprofunda os seus laços
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O evento, que ocorreu na praça Kim Il-sung, na capital, envolveu "forças paramilitares" em vez de soldados do Exército regular. Armas proibidas pela ONU, como mísseis balísticos intercontinentais, não foram exibidas, relatou a mídia estatal
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Imagens da imprensa oficial mostram brigadas paramilitares uniformizadas, algumas em tratores ou grandes caminhões vermelhos, todas sob o olhar atento de Kim e de sua filha, sorridente
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Kim reuniu-se com uma delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado, Liu Guozhong. É a segunda visita em seis semanas de altos funcionários chineses, uma indicação de que Pyongyang está flexibilizando o controle fronteiriço contra a Covid
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Ambas as partes anunciaram a intenção de continuar "intensificando a coordenação e a cooperação" entre os dois países, informou também a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA
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Outro grupo de diplomatas russos e um grupo de canto e dança também participaram do evento, registrou a KCNA. A Rússia recebeu recentemente permissão para adicionar diplomatas à sua missão em Pyongyang, segundo a embaixada de Moscou. Esta é a primeira rotatividade de pessoal desde 2019
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, citado pelo Kremlin, felicitou Kim pelo aniversário, defendendo o fortalecimento dos "laços bilaterais em todas as frentes". "Isso é totalmente do interesse dos nossos povos", afirmou, acrescentando que, desde a proclamação do regime de Pyongyang, "as relações entre os nossos países têm sido baseadas nos princípios da amizade, boa vizinhança e respeito mútuo"
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De acordo com a mídia estatal chinesa, o presidente Xi Jinping também parabenizou Kim por telefone. "Para os norte-coreanos é uma nova confirmação de que têm o apoio da China e uma boa confirmação de que, desde a guerra na Ucrânia, a Rússia não tem outra escolha senão apoiar a Coreia do Norte", disse o analista Andrei Lankov
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A visita de Liu Guozhong segue-se à de outro alto funcionário de Pequim, Li Hongzhong, membro do Comitê Político do Partido Comunista da China, em julho
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Essa presença de dignitários chineses e russos alimenta as especulações sobre uma reunião entre Kim e Putin para discutir acordos de venda de armas
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O líder norte-coreano não costuma viajar para o exterior e não sai do país desde o início da pandemia de Covid-19
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Fontes oficiais dos EUA disseram ao The New York Times que Kim viajará neste mês em um trem blindado para a cidade russa vizinha de Vladivostok, para se encontrar com Putin
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Lankov afirmou que um encontro entre os dois é "provável" porque, para Moscou, "a Coreia do Norte pode ser usada como uma ferramenta para influenciar o comportamento dos Estados Unidos, da Coreia do Sul" e de outros países em relação à guerra na Ucrânia
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No entanto, o Kremlin negou a reunião pela segunda vez nesta semana. "Não, não sei de nada", declarou o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, quando questionado se tinha informações sobre um possível encontro
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A crescente cooperação entre China, Rússia e Coreia do Norte, somada à ausência de Xi na cúpula do G20 na Índia, mostra “uma fissura crescente no cenário geopolítico da Ásia”, disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, de Seul
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"A maioria dos atores da região quer evitar uma nova Guerra Fria, mas isso parece cada vez mais difícil na medida em que Pequim e Moscou apoiam Pyongyang", afirmou
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Nesta semana, Pyongyang revelou o primeiro "submarino nuclear tático de ataque", mas o Exército sul-coreano disse que o submarino pode não estar operacional