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O sítio arqueológico de Pompeia, na Itália, vem revelando novos e bem preservados segredos, durante o maior esforço de escavações em mais de 50 anos. Mas as descobertas não são o principal motivo desse trabalho. Os arqueólogos correm contra o tempo para salvar a cidade de restos da erupção do vulcão Vesúvio, que destruiu o local em 79 d.C
Cesare Abbate / EFE - EPA - Arquivo
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A questão começou a ficar evidente após o desabamento da Schola Armaturarum, o prédio que abrigava a escola de gladiadores da cidade. Com uma verba de 105 milhões de euros (cerca de R$ 650 milhões) do governo italiano e da União Europeia, destinada a custear um projeto de preservação de Pompeia, mais pesquisadores foram trabalhar no local
Parque Arqueológico de Pompeia / Divulgação
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Foi então que eles descobriram que a pressão que abalava as estruturas dos prédios vinha de uma parte não escavada da cidade, milhares de toneladas de lava e detritos, além da terra retirada das partes escavadas, que faziam presão contra as muralhas. Cerca de um terço de Pompeia, uma área de 220 mil m², jamais tinha sido desenterrada
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Para aliviar o problema, os pesquisadores decidiram escavar um perímetro ao redor da área não explorada das ruínas. Com esse trabalho, foram encontrados centenas de novos objetos, de vasos a utensílios, além de pinturas muito bem preservadas nas paredes. Uma quantidade que não era vista há muitos anos
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"A escavação atual é a maior em pelo menos 50 anos. Para todos nós, tanto arqueólogos quanto o público em geral, os resultados são fascinantes. É a primeira vez em décadas que estão escavando de cima para baixo e do campo ao redor em direção à cidade", disse o arqueólogo Stephen Kay, da Escola Britânica de Roma, em entrevista à CNN norte-americana
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Uma vez retirada a camada de terra das primeiras escavações, onde foi localizada uma infinidade de objetos do dia a dia, que os antigos arqueólogos não valorizavam, os trabalhos chegaram à parte ainda intocada de Pompeia. "Se você avança 10 metros nesse terreno, já encontra pelo menos um prédio novo, essa área ficava no meio da cidade", explicou Kay
Parque Arqueológico de Pompeia / Divulgação
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Esse esforço revelou duas casas com detalhes muito bem preservados. Em uma, foi encontrado o esqueleto de um homem que tentava fugir da tragédia de Pompeia com um saco de moedas de prata e bronze. Exames constataram que os gases tóxicos liberados pela erupção o mataram
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Na segunda casa, que aparentemente estava sendo reformada quando o Vesúvio entrou em erupção, os arqueólogos encontraram uma inscrição a carvão que mudou um dado importante, a data em que a tragédia aconteceu. Até então, se acreditava que o dia teria sido no fim de agosto de 79 d.C., mas na parede estava escrito "17 de outubro"
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Os arqueólogos acreditam que a data tenha sido colocada para marcar quando o revestimento da parede foi retirado, e que a inscrição seria eventualmente coberta de gesso. A falta de pisos em alguns cômodos, como a sala e um jardim interno, corroboram a ideia de que o imóvel estava em processo de renovação
Parque Arqueológico de Pompeia / Divulgação
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Outro problema que acelerou o trabalho dos arqueólogos foi o dos saqueadores. Do lado de fora das muralhas, algumas propriedades rurais também foram destruídas pela erupção e, ao longo dos anos, foram alvo de escavadores ilegais, que fizeram túneis, danificaram estruturas e roubaram objetos
Parque Arqueológico de Pompeia / Divulgação
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Em uma tentativa de preservar o que ainda há nesse local, foi feita uma outra escavação, que encontrou os restos de três cavalos puro-sangue, além dos corpos de um nobre de meia idade e dois jovens, possivelmente servos dele, que tentaram escapar da fúria do Vesúvio, sem sucesso
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