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França: carro em chamas é jogado contra casa de prefeito durante protestos

País vive onda de depredações, incêndios e saques desde a morte de Nahel com tiros à queima-roupa em uma blitz policial

Internacional|Do R7, com AFP

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Casa do prefeito de uma cidade nos arredores de Paris foi atingida por um carro em chamas
Casa do prefeito de uma cidade nos arredores de Paris foi atingida por um carro em chamas

O ataque com um veículo à casa de um prefeito do subúrbio parisiense marcou a quinta noite consecutiva de protestos violentos na França, causados pela morte de um jovem de 17 anos pela polícia.

A França vive uma onda de depredações, incêndios e saques desde a publicação do vídeo da morte de Nahel, um jovem que foi morto a tiros à queima-roupa durante uma blitz na última terça-feira (27), em Nanterre, perto de Paris.


Um dos incidentes mais graves ocorreu em uma pequena localidade nos subúrbios de Paris, L'Haÿ-les-Roses, onde um carro em chamas colidiu com a casa do prefeito, Vincent Jeanbrun, do partido conservador Os Republicanos.

A comoção provocada pelo ataque colocou em segundo plano a diminuição da violência observada durante a noite de sábado (1º) para domingo (2) em muitas cidades da França e que parecia continuar perdendo força.


Para tentar conter a crise, o presidente Emmanuel Macron se reunirá nesta segunda-feira com os presidentes da Assembleia Nacional e do Senado, anunciou um participante do encontro realizado neste domingo pelo chefe de Estado com vários de seus ministros.

Na terça-feira, Macron receberá os prefeitos de "mais de 220 municípios" afetados pelos distúrbios e saques dos últimos dias, acrescentou a mesma fonte.


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"Um marco de horror e infâmia foi alcançado", denunciou o prefeito Vincent Jeanbrun. "Eles queriam queimar a casa" e quando "perceberam que havia alguém dentro, em vez de parar, lançaram uma sequência de fogos de artifício", disse à emissora de televisão TF1.

A esposa e um dos dois filhos pequenos do prefeito de L'Haÿ-les-Roses ficaram levemente feridos ao escapar da residência.


O Ministério Público abriu uma investigação por "tentativa de homicídio".

Outro prefeito foi atacado em Charly, uma cidade ao sul de Lyon (centro-leste). Segundo a prefeitura, foi encontrado em sua casa, na manhã de domingo, um dispositivo destinado "inequivocamente" a provocar um incêndio.

De acordo com o presidente da Associação de Prefeitos da França (AMF), David Lisnard, "150 prefeituras ou prédios municipais foram atacados" desde terça-feira. A AMF convocou uma manifestação na segunda-feira ao meio-dia em frente às prefeituras de todo o país.

"Basta, parem de vandalizar", pediu a avó do jovem Nahel em entrevista à rede de televisão BFMTV, um dia após o funeral de seu neto em Nanterre. "Que não quebrem vitrines, que não destruam escolas, ônibus... são mães que usam o ônibus", insistiu.

"Eu culpo os dois policiais que deram duas coronhadas na cabeça do meu neto e aquele que atirou diretamente no coração, pois poderia tê-lo acertado na perna, no braço" e não o fez, lamentou a avó de Nahel, afirmando, no entanto, que "confia na justiça".

O autor do disparo fatal, de 38 anos, está detido desde terça-feira, acusado de homicídio voluntário.

A violência e a raiva dos jovens dos bairros populares lembram os distúrbios que abalaram a França em 2005, após a morte de dois adolescentes perseguidos pela polícia.

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