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'Futuro do mundo está sendo decidido na Ucrânia', diz Zelenski

Presidente da Ucrânia falou ao Conselho de Segurança da ONU em reunião que coincide com os seis meses do início da guerra com a Rússia

Internacional|Do R7

Volodmir Zelenski, presidente da Ucrânia
Volodmir Zelenski, presidente da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse ao Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (24) que "o futuro do mundo está sendo decidido na Ucrânia" e advertiu que, se a Rússia vencer o conflito, levará a guerra para outros países.

"Nossa independência é sua segurança, a segurança do mundo inteiro", frisou Zelenski em um discurso por videoconferência, durante uma reunião que coincide com os seis meses do início da invasão russa de territórios ucranianos.

O político insistiu que a Rússia deve retirar as tropas de seu país e ser responsabilizada pela ofensiva militar.

Zelenski enfatizou o impacto internacional da guerra, tanto para o futuro, devido ao precedente que poderia criar, como para o presente imediato, por causa dos efeitos sobre a crise mundial de alimentos e energia e do risco de um desastre nuclear.


Nesse sentido, ele acusou a Rússia de "colocar o mundo à beira de uma catástrofe radioativa", por ter transformado "em uma zona de combate" a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que está sob o controle das forças russas quase desde o início da guerra.

Presidente da Ucrânia discursa em reunião do Conselho de Segurança da ONU
Presidente da Ucrânia discursa em reunião do Conselho de Segurança da ONU

Segundo Zelenski, a Rússia está fazendo uma "provocação" com bombardeios e o envio de "terroristas" à área da usina, ameaçando assim toda a Europa e outras regiões vizinhas.


O líder ucraniano – assim como fez nesta terça-feira (23) o embaixador do país na ONU, Sergiy Kyslytsya – apoiou o envio de uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a Zaporizhzhia e pediu que a agência assuma o "controle permanente" das instalações.

Zelenski falou ao Conselho de Segurança por videoconferência, apesar das tentativas de última hora da Rússia de impedi-lo, argumentando que, como todo mundo, o presidente ucraniano deveria estar no local da reunião presencialmente, em vez de discursar virtualmente.


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Entretanto, nenhum outro membro do Conselho apoiou essa posição quando o assunto foi submetido a votação: 13 países foram favoráveis ao meio usado por Zelenski para se pronunciar, a China se absteve e a Rússia foi a única contrária.

A sessão foi aberta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que fez um balanço dos seis meses de guerra e de seus efeitos "devastadores".

"Milhares de civis foram mortos e feridos, incluindo centenas de crianças. Muitos outros perderam a família, amigos e entes queridos. O mundo tem visto graves violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário serem cometidas sem responsabilidade. Milhões de ucranianos perderam suas casas e seus pertences, tornando-se deslocados internos ou refugiados", lembrou.

Guterres advertiu que as necessidades humanitárias se multiplicarão com a chegada do inverno e enfatizou que os ucranianos precisam de "paz e precisam dela agora", mas ressaltou que deve ser uma paz que esteja de acordo com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.

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