General do Irã detalha túneis de Gaza: 'Carros e motos podem passar por alguns deles'

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, major-general Mohammad Hossein Baqeri, deu novos detalhes sobre a rede de túneis que serve ao grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (30), o militar falou sobre a suposta extensão da rede subterrânea da cidade.

"Na seção norte de Gaza, os combatentes [palestinos] relatam que construíram mais de 400 km de túneis. Carros e motos podem passar por alguns deles", disse o alto comandante, segundo a Tansim, agência de notícias semioficial no Irã.

Apesar de Israel já realizar ações por terra dentro de Gaza, Baqeri afirmou que isso está "procrastinando".

"Os combatentes palestinos estão preparados para um ataque terrestre israelense", declarou.

O Hamas tem apoio da Guarda Revolucionária Iraniana, um braço das Forças Armadas destinado ao financiamento, equipamento e treinamento de milícias aliadas ao Irã no exterior.

Israel calcula que o grupo terrorista receba US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão, na cotação atual) do governo iraniano por ano.

Boa parte do dinheiro que entra também por meio de ajuda da Turquia e do Catar foi destinada nas últimas décadas à construção de túneis que não estão acolhendo a população civil em meio aos bombardeios israelenses nesta guerra.

A infraestrutura é usada somente pelo Hamas e abriga tudo o que o grupo precisa para manter os ataques ao estado judeu, afirmam as FDI (Forças de Defesa de Israel).

Em uma apresentação na semana passada, o Exército disse ter provas de que o centro de comando do Hamas funciona embaixo do hospital Al-Shifa, o maior de Gaza (assista ao vídeo abaixo).

Os abrigos subterrâneos estariam interligados à ampla rede de túneis, o que permitiria o deslocamento dos terroristas por vários quilômetros sem que eles sejam alvo de ataques aéreos de Israel.

Os terroristas acessam o centro de comando a partir de outros edifícios localizados no entorno do prédio, mas também há entradas por áreas da enfermaria, segundo os oficiais israelenses.

Logo após a divulgação dessas informações, o Hamas rechaçou a afirmação.

"Esta é uma propaganda enganosa e falsa, e todos os líderes do Hamas estão em suas casas, não nos hospitais", disse um porta-voz da organização.