General Sisi é reeleito presidente do Egito com 97% dos votos válidos
O presidente governa o país desde 2014. Apenas 41% da população egípcia votou na eleição, que foi marcada pela perseguição a opositores
Internacional|Beatriz Sanz, do R7, com agências internacionais
Em 26 de março, começaram as eleições no Egito e foi necessário uma semana para confirmar oficialmente a certeza que já rondava toda a comunidade internacional.
O General do exército egipcío, Abdel Fattah al-Sisi foi reeleito presidente do país com 97% dos votos, segundo a agência Reuters. Jornais locais e internacionais afirmaram que sua vitória foi um pouco menor: 92%.
Sisi governa o país desde 2014, quando foi eleito em eleições suspeitas.
Desde o ano passado, o governo encabeçou uma perseguição pesada contra qualquer candidato de oposição.
O outro candidato a disputar as eleições foi Mostafa Moussa, um aliado de Sisi que era visto como um candidato de fachada.
A mobilização para eleger Moussa foi tão fraca que ele ficou em terceiro lugar em uma disputa que inicialmente reunia apenas dois candidatos.
Ele perdeu também para o jogador de futebol Mohamed Salah, do Liverpool, que ficou em segundo lugar nas eleições e recebeu mais de 700 mil votos, 5% do total. Esses votos foram anulados.
O presidente Sisi já sabia que seu cargo não corria risco. Mas ele contava com uma grande participação popular que pudesse “referendar”, de certa forma seu mandato internacionalmente — como o presidente da Rússia Vladimir Putin — mas isso não aconteceu.
Apenas 41% da população apta a votar compareceu. Quando foi eleito pela primeira vez, em 2014, esse número foi de 47%.
A eleição deste ano no Egito também foi marcada por uma perseguição à imprensa e a veículos internacionais que estavam no país acompanhando de perto os resultados. A jornalista Bel Trew, do jornal britânico The Times, foi expulsa e deportada o Egito.
Sisi teve uma carreira meteórica no Exército e era o general mais novo presente quando a Primavera Árabe explodiu no país e causou a derrubada do ditador Hosni Mubarak.
Após a queda de Mubarak, Mohamed Morsi se tornou o primeiro presidente eleito democraticamente da história do país, em 2013.
Ele foi expulso do cargo, no entanto, por um golpe militar antes mesmo de completar um ano de governo. Uma junta militar governou por um curto período até que Sisi fosse empossado. Morsi segue preso a mando do atual presidente.
Militantes denunciam que a principal marca do governo de Sisi é a prisão e a intimidação de seus adversários políticos.