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Ghosn fugiu com passaporte que não havia sido confiscado

Sob condição de sua fiança no Japão, ex-presidente da Renault-Nissan teve que entregar três passaportes, mas mantinha outro trancado

Internacional|Do R7

Ghosn responde a processos criminais no Japão
Ghosn responde a processos criminais no Japão Ghosn responde a processos criminais no Japão

O ex-presidente da Renault-Nissan Carlos Ghosn teria fugido do Japão com um passaporte que não havia sido confiscado pela justiça do país, informou nesta quinta-feira (2) a emissora de TV NHK.

Ghosn, de 65 anos, tem três cidadanias — brasileira, libanesa e francesa — e teve que entregar os três passaportes como parte do acordo de fiança para poder deixar a cadeia, em abril do ano passado.

Os documentos estavam em posse dos advogados dele. No entanto, a NHK afirma que o ex-executivo tinha permissão de um tribunal japonês para que mantivesse um segundo passaporte francês em uma caixa trancada, cuja chave também estava com os defensores dele. Este que teria sido usado para a fuga.

Segundo a NHK, estrangeiros no Japão são obrigados a carregar sempre um documento oficial. Este teria sido o motivo pelo qual o ex-executivo teve que ficar com um passaporte.

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Não é comum que cidadãos tenham dois passaportes válidos da mesma nacionalidade. Ocorre que, como executivo de multinacionais, Carlos Ghosn tinha que entrar em Israel e em países árabes, o que geraria impedimento se usasse um único passaporte. Nesses casos, existe a possibilidade de que o governo francês tenha emitido um segundo documento duplicado.

A saída de Ghosn do Japão envolveu um esquema cinematográfico para despistar a vigilância montada pelas autoridades japoneses. Segundo uma TV libanesa, o ex-executivo deixou a casa dele em Tóquio escondido em uma caixa de um instrumento musical.

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Uma falsa banda gregoriana teria entrado no imóvel, com o pretexto de se apresentar durante um jantar. Em seguida, Ghosn foi levado de caminhão até um aeroporto pequeno na cidade de Osaka, de onde partiu em um jatinho particular.

Leia também: 'Escapei da injustiça', diz Ghosn

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Foram usados dois aviões privados, alugados de uma empresa em Dubai. Sabe-se até o momento que houve uma escala em Istambul, na Turquia, embora não haja registros de Carlos Ghosn, apenas de dois portadores de passaportes norte-americanos no voo fretado.

A notícia de que o ex-titã da indústria automotiva tinha fugido do Japão se tornou pública no dia 31 de dezembro, embora se fale que ele já estava no Líbano um dia antes. 

O jornal britânico The Guardian noticiou que a fuga foi planejada pela mulher dele, Carole, e contou com ajuda de um grupo paramilitar. 

No Líbano, Ghosn está livre, já que o país não possui acordo de extradição com o Japão e ele ainda conta com a simpatia do presidente libanês, Michel Aoun. Na França, secretária de Estado da Economia e Finanças, Agnès Pannier-Runacher, afirmou que ele também não seria extraditado caso decidisse ir para o país, já que é cidadão francês. 

Carlos Ghosn foi preso em novembro de 2018 sob acusações de desviar dinheiro da Nissan para custear despesas pessoais, omitir rendimentos das autoridades da bolsa, além de enriquecer com um esquema de pagamentos envolvendo concessionárias no Oriente Médio. Ele nega as acusações. 

Nesta quinta-feira, a casa do ex-presidente da Nissan em Tóquio foi alvo de buscas realizadas por promotores. 

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