Governadores rejeitam uso de militares proposto por Trump
Estados governador por democratas e até republicanos, partido do presidente, rejeitam a ideia de usar tropas federais para conter os protestos
Internacional|Do R7
Governadores de diversos estados dos EUA, tanto democratas quanto republicanos, rejeitaram a sugestão feita na segunda-feira (2) pelo presidente Donald Trump, de empregar militares para pacificar as cidades onde acontecem, há mais de uma semana, protestos contra o racismo e a violência policial no país.
Em uma tentativa de demonstrar força após não mencionar o assunto publicamente durante toda a semana passada, Trump fez um discurso em que afirmava o "presidente da lei e da ordem" e colocando militares à disposição de governadores e prefeitos das cidades afetadas.
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Logo após o discurso, os governadores Andrew Cuomo (Nova York), J.B. Pritzker (Illinois), Gretchen Whitmer (Michigan), Steve Sisolak (Nevada), Kate Brown (Oregon) e Jay Inslee (Washington), todos do Partido Democrata, disseram que vão recusar a presença de militares até onde for possível.
"Colocar soldados armados nas ruas dos EUA é exatamente o que ele quer", disse Kate Brown. "Ele deixou isso bem claro na conferência com governadores do país".
"O fato é que ele quis criar um momento incendiário aqui e mudar os fatos", criticou Pritzker. "Não queremos que tropas federais venham para o estado de Illinois. Há uma maioria de manifestantes pacíficos e eles devem ser protegidos".
Guarda Nacional
Todos os estados têm um contingente da Guarda Nacional, que vêm sendo usados pelos governadores nas cidades onde tem havido violência. O que Trump propõe, no entanto, é aplicar a chamada Lei da Insurreição, de 1807, que permite o uso das Forças Armadas dentro do território norte-americano, algo que eles rejeitam.
O governador da Virgínia, o também democrata Ralph Northam, disse que recusou um pedido do governo federal que solicitava o envio de 5 mil homens da Guarda Nacional do estado para a capital, Washington, para ajudar em uma demonstração de força convocada por Trump.
Até mesmo os republicanos, do mesmo partido de Trump, relutam em aceitar a "ajuda". É o caso de Greg Abbot, governador do Texas. "Nõs não vamos pedir a presença de militares no Texas. Sabemos cuidar de nós mesmos e temos recursos suficientes para isso", disse ele.