Internacional Governo do Paquistão pede ajuda após enchentes 'avassaladoras'

Governo do Paquistão pede ajuda após enchentes 'avassaladoras'

Ministro das Relações Exteriores afirmou que o país precisa de apoio financeiro após destruição causada pelas fortes chuvas

Reuters

Resumindo a Notícia

  • Governo do Paquistão pede ajuda após enchentes "avassaladoras"
  • Ministro das Relações Exteriores afirmou que o país precisa de apoio financeiro após inundações
  • Chuvas de monção excepcionalmente fortes deixaram mais de mil mortos
  • Mais de 30 milhões de pessoas foram afetadas pelo clima
País sofre crise econômica que deve ser agravada após enchentes

País sofre crise econômica que deve ser agravada após enchentes

Asif Hassan/AFP - 27.8.2022

O Paquistão precisa de ajuda financeira para lidar com as enchentes "avassaladoras", disse o ministro das Relações Exteriores do país neste domingo (28), acrescentando que espera que instituições financeiras, como o FMI (Fundo Monetário Internacional), considerem as consequências econômicas para a região.

Chuvas de monção excepcionalmente fortes têm causado inundações devastadoras no norte e no sul do país, afetando mais de 30 milhões de pessoas e matando mais de mil.

"Eu não tinha visto uma destruição dessa escala, acho muito difícil colocar em palavras... é avassalador", disse o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Bilawal Bhutto-Zardari, em entrevista à Reuters, acrescentando que muitas safras responsáveis por grande parte dos meios de subsistência da população foram destruídas.

"Obviamente, isso terá um efeito sobre a situação econômica em geral", disse ele.

O país sul-asiático já estava em uma crise econômica, enfrentando alta inflação, desvalorização da moeda e déficit em conta corrente.

O conselho do FMI decidirá nesta semana se liberará 1,2 bilhão de dólares como parte da sétima e oitava parcelas do programa de ajuda ao Paquistão, acordado em 2019.

Bhutto-Zardari disse que a expectativa é de que o conselho aprove a liberação, uma vez que já foi alcançado um acordo entre autoridades paquistanesas e do FMI, e afirmou esperar que nos próximos meses o FMI reconheça o impacto das enchentes.

"Mais à frente, espero que não apenas o FMI, mas a comunidade internacional e as agências internacionais realmente entendam o nível de devastação", disse ele.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Bhutto-Zardari, filho da ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto, disse que o impacto econômico ainda está sendo avaliado, mas que algumas estimativas apontam 4 bilhões de dólares. Dado o impacto na infraestrutura e nos meios de subsistência das pessoas, ele espera que o número total seja muito maior.

O banco central do Paquistão já havia sinalizado o volume recorde de chuvas de monções como uma ameaça à economia, devido ao seu impacto na agricultura.

O Paquistão fará nesta semana um apelo pedindo a contribuição dos Estados-membros da ONU nos esforços de assistência ao país, disse Bhutto-Zardari.

Ele ainda falou da necessidade de o Paquistão analisar como vai lidar com os impactos de longo prazo das mudanças climáticas.

"Na próxima fase, quando olharmos para a reabilitação e reconstrução, teremos conversas não apenas com o FMI, mas com o Banco Mundial, o Banco Asiático de Desenvolvimento", disse Bhutto-Zardari.

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