Guaidó chama venezuelanos às ruas para 'recuperar' independência
Chefe do Parlamento pediu aos cidadãos para se manifestarem no dia que o país comemora 208 anos de sua emancipação da Espanha
Internacional|Da EFE
O chefe do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino do país por mais de 50 países, pediu nesta sexta-feira (5) aos cidadãos para se manifestarem nas ruas para "recuperar" a independência, no dia que o país comemora 208 anos de sua emancipação da Espanha.
"No Dia da Independência sabemos que temos que recuperá-la (...), hoje vamos para as ruas", disse o líder opositor em sua chegada à sede do Legislativo, em Caracas, antes de os deputados realizarem uma sessão especial por ocasião da data da independência.
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"Vamos sair para caminhar ao local da tortura", prosseguiu Guaidó em referência à rota que prevê chegar à sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) no leste da capital venezuelana.
Nesse local esteve detido o capitão Rafael Acosta Arévalo, contrário ao governo de Nicolás Maduro, até sua morte no sábado passado devido a um assassinato na prisão, segundo a promotoria, e após ser torturado, de acordo com relatos que a oposição venezuelana diz ter.
O líder parlamentar insistiu que uma data como a de hoje é propícia para "chamar a ditadura pelo seu nome", em clara referência ao governo de Maduro, ao qual considera ilegítimo.
Guaidó se referiu também ao relatório apresentado pelo escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos sobre o país, ao advertir que ele evidencia várias violações de direitos humanos pelas quais responsabilizou a chamada revolução bolivariana.
Segundo Guaidó, neste documento, que foi amplamente rebatido pelo governo, "fica claro" que a Venezuela vive uma ditadura na qual os atropelos são sistemáticos e se usa o acesso aos alimentos como chantagem para fins políticos.
Neste sentido, o líder opositor reiterou seu apelo às forças armadas para que retirem seu apoio a Maduro, pois, ressaltou, sofrerão consequências por apoiar "violadores dos direitos humanos".