Guaidó e mais 100 furam bloqueio e entram na Assembleia da Venezuela
Oposição tinha sido barrada por policiais enquanto sessão iniciava no Parlamento sob a presidência de Luis Parra, eleito em votação contestada
Internacional|Do R7
Depois de serem barrados por um bloqueio policial na entrada da Assembleia Nacional da Venezuela, o líder da oposição, Juan Guaidó, e quase uma centena de deputados de grupos contrários ao governo de Nicolás Maduro conseguiram entrar no parlamento. No entanto, a sessão, que havia sido iniciada sem a presença da oposição, já havia sido encerrada.
A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria esmagadora da oposição, iniciou uma sessão legislativa às 10h (horário local, 11h de Brasília) sem a presença de nenhum dos deputados que reconhecem Guaidó como presidente do órgão.
Guaidó e várias dezenas de deputados foram mantidos do lado de fora do Parlamento por um cordão da polícia militarizada, depois de chegarem juntos ao Palácio Legislativo.
Oposição diz que sessão foi ilegítima
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Minutos depois, um grupo de deputados da oposição entrou na sala de sessões gritando que o debate é ilegítimo, uma vez que não há quórum regulamentar, segundo o qual são necessários 84 deputados para iniciar as discussões.
"Não há quorum, isso é ilegítimo", gritou a deputada Manuela Bolívar, enquanto os governistas assistiam e zombavam da situação.
Em seguida, o pequeno grupo de oposição deixou o local após ser silenciado pelos aplausos dos governistas que não interromperam o debate e começaram com o primeiro ponto de sua agenda: a escassez de combustível.
Guaidó x Parra
No domingo, soldados com escudos proibiram Guaidó de entrar no Parlamento para o que se esperava ser sua reeleição.
Durante a sessão, deputados pró-Maduro e outros dissidentes da oposição elegeram Luis Parra como presidente da Assembleia Nacional.
Após a posse de Parra, Guaidó realizou uma sessão separada em outro local na qual 100 parlamentares o mantiveram no cargo. A legislatura tem 167 cadeiras.
Dezenas de países, incluindo os Estados Unidos, denunciaram a indicação de Parra como uma medida ilegítima e disseram que continuam reconhecendo Guaidó como chefe do Parlamento e autêntico presidente da Venezuela.
Sessão foi liderada por Parra
Guaidó tinha prometido presidir a sessão legislativa desta terça-feira, apesar do que qualificou como "golpe parlamentar" de Parra, que, por sua vez, rejeitou a descrição e escreveu no Twitter: "Viemos para salvar o Parlamento da destruição."
A sessão de hoje, no entanto, foi liderada por Luis Parra, que ganhou fama no mês passado depois quando foi apontado por corrupção e supostos favores ao governo de Nicolás Maduro. Até novembro, Parra era um defensor de Guaidó, a quem reconheceu como presidente encarregado da Venezuela.