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Guerra entre cartéis esfria, mas homicídios explodem em Tijuana

Número de assassinatos cresceu 700% nos últimos sete anos; onde antes havia disputa entre organizações, agora há crimes entre pequenos traficantes

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Cenas de crimes são cada vez mais comuns nas ruas de Tijuana, no México
Cenas de crimes são cada vez mais comuns nas ruas de Tijuana, no México Cenas de crimes são cada vez mais comuns nas ruas de Tijuana, no México

A cidade de Tijuana, na fronteira do México com os EUA, foi palco de conflitos sangrentos entre o cartel local e o cartel de Sinaloa, liderado por Joaquín “El Chapo” Guzmán, até o fim da década passada. A violência, que diminuiu durante alguns anos, agora voltou com força, mas diferente.

Os homicídios vêm batendo recordes, mas o perfil dos crimes mudou. Antes, os grandes traficantes disputavam rotas para levar drogas para o outro lado da fronteira. Agora, pequenos traficantes e usuários matam e morrem por pontos de venda na rua, por dívidas, por disputas internas.

Em 2012, foram 367 homicídios, o menor número em décadas. Mas a paz relativa não duraria muito. Gradualmente, o número foi aumentando, até explodir nos últimos anos. Em 2018, o número foi quase 700% maior que o de 2012: 2.518 assassinatos.

Mudança na criminalidade

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O quadro ainda deve piorar. Somente nos primeiros 29 dias de janeiro deste ano, foram 196 homicídios registrados na cidade, o pior resultado para o mês na história de Tijuana.

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A causa disso, segundo moradores e autoridades, foi uma grande mudança na atuação de gangues e no mercado de drogas local. Antigamente, a cidade era usada como rota de passagem dos tóxicos para o mercado norte-americano. Hoje, uma epidemia de uso de metanfetamina tomou conta de Tijuana.

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Com isso, a maior parte das mortes nos últimos anos é de pequenos traficantes em confrontos por pontos de venda nas ruas, de outros traficantes que, ao invés de vender, usam as drogas, e de usuários que ficam devendo pagamentos, principalmente.

"É entre eles"

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Para a polícia da cidade, a situação parece quase confortável. O chefe dos policiais de Tijuana, Marco Antônio Sotomayor, já declarou diversas vezes que os turistas e a maior parte dos residentes não precisam se preocupar com a violência.

“Os que estão morrendo são jovens e criminosos que entram em um mundo onde eles sabem que há esse risco nos negócios, o risco de perderem suas vidas. Temos de entender que a cidade não está pegando fogo nem nada parecido”, disse ele, em entrevistas. A frase “é entre eles” é comum entre autoridades mexicanas para falar sobre a violência.

Na verdade, a situação pode ser mais grave do que a polícia deixa transparecer. Segundo uma pesquisa, estima-se que cerca de 3% do estado da Baja Califórnia, onde fica Tijuana, ou cerca de 100 mil pessoas já tenham experimentado metanfetamina. É o maior percentual entre os estados mexicanos.

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