Harry critica imprensa por reportagens sobre pessoas que ele matou no Afeganistão
Príncipe disse que não citou número para se gabar, mas sim para ser 'honesto' e para que outros veteranos não tenham vergonha
Internacional|Do R7
O príncipe Harry reagiu às críticas "nocivas" ao livro de memórias que publicou, dizendo estar particularmente chateado com a "mentira" de que se gabou de ter matado 25 pessoas no Afeganistão quando servia como piloto de helicóptero militar.
Em Spare (O que Separa, na versão em português), o filho mais novo do rei Charles do Reino Unido relata duas viagens ao Afeganistão, primeiro como controlador aéreo avançado em 2007/08 e novamente em 2012, quando era co-piloto artilheiro em helicópteros de ataque Apache, e o número de pessoas que ele havia matado.
Jornais britânicos, fortemente criticados no livro, e alguns ex-militares britânicos de alto escalão atacaram a decisão de tornar pública o número de pessoas que matou, dizendo que isso poderia colocar ele e outros em risco de represálias.
Conversando com o apresentador norte-americano Stephen Colbert no The Late Show, ele afirmou que a imprensa distorceu suas palavras para tirar sua revelação de contexto e disse que incluiu o material para tentar reduzir o número de suicídios de veteranos militares.
"Sem dúvida, a mentira mais perigosa que eles contaram é que de alguma forma eu me gabei do número de pessoas que matei no Afeganistão", disse Harry.
"Escolhi compartilhar porque depois de quase duas décadas trabalhando com veteranos em todo o mundo, acho que o mais importante é ser honesto e poder dar espaço para que outras pessoas possam compartilhar suas experiências sem nenhuma vergonha."
Na terça-feira (10), a editora do livro de Harry disse que a obra se tornou o livro de não ficção mais vendido no Reino Unido, e as revelações pessoais íntimas sobre a vida e de outros membros da realeza, e as acusações sobre como eles trabalharam com uma imprensa hostil, dominaram a imprensa britânica por dias.