Holanda encerra operações de retirada de pessoas do Afeganistão
Autoridades do país admitem que não será possível resgatar todos os que estão aptos a deixar o território afegão
Internacional|Do R7, com AFP
O governo holandês anunciou que concluirá nesta quinta-feira (26) os voos de retirada do aeroporto de Cabul e reconheceu que é "um momento doloroso", porque haverá pessoas aptas a deixarem o Afeganistão que ficarão para trás.
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"A Holanda foi informada hoje pelos Estados Unidos de que deve partir e, com toda probabilidade, fará os últimos voos hoje (quinta-feira)", afirmaram os ministros das Relações Exteriores e da Defesa, Sigrid Kaag e Ank Bijleveld, respectivamente, em carta ao Parlamento.
"É um momento doloroso, porque significa que, apesar do grande esforço do período recente, as pessoas que reuniam as condições para serem retiradas para a Holanda serão deixadas para trás", acrescentaram.
Seu pessoal diplomático e militar no Afeganistão também será repatriado nesses últimos voos.
Vários países ocidentais alertaram para as ameaças de ataques ao aeroporto de Cabul. Milhares de pessoas continuam aglomeradas ali, na esperança de conseguirem embarcar em um dos últimos voos para fugir do país, após o retorno dos talibãs ao poder.
Fim do prazo
Autoridades mundiais tentaram negociar uma ampliação de prazo para conseguir retirar mais afegãos, mas a proposta não foi bem aceita pelo grupo Talibã.
Um porta-voz do grupo disse à TV britânica que a presença de militares estrangeiros no aeroporto de Cabul depois de 31 de agosto seria interpretada como uma tentativa de manter a ocupação do Afeganistão e que haveria consequências.
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Conforme a data-limite se aproxima a situação nos arredores do aeroporto de Cabul fica mais caótica. Milhares de pessoas tentar uma vaga nas aeronaves militares para deixar o país e fugir dos extremistas que tomaram o poder no dia 15 de agosto.
EUA, Austrália e Reino Unido pediram para que seus cidadão evitem a região do aeroporto, única porta de saída do país, pelo risco de atentados terroristas.
O governo Joe Biden estima que 1,5 mil norte-americanos ainda estão em território afegão aguardando o resgate.
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