Homem que controlava família como ‘barão medieval’ é condenado por matar nora
Mulher foi levada do Paquistão à Inglaterra para casamento arranjado, mas acabou sendo assassinada pelo próprio sogro
Internacional|Do R7

Nadeem Begum, de 53 anos, foi condenado pela morte da nora, Mashal Ilyas, de 24 anos, que havia sido levada do Paquistão para a Inglaterra para se casar com seu filho. O crime ocorreu em outubro do ano passado, na casa da família em Atherton, na Inglaterra, quando Begum estrangulou a jovem e depois tentou encobrir o assassinato alegando que ela havia caído da escada.
Durante o julgamento, a juíza Elizabeth Nicholls criticou duramente o comportamento do réu, afirmando que ele governava a família, especialmente as mulheres, “como um barão medieval mandava em seu feudo”. A magistrada o definiu como um homem egocêntrico, dominador, covarde e agora assassino.
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A juíza destacou ainda que Begum esperava que Mashal cumprisse papéis tradicionais de mulher submissa, como “cozinhar, limpar e servi-lo”, enquanto a vítima o via como um “rei e carrasco”.
Em depoimento, a mãe da vítima, Rahana, relatou o impacto devastador da perda da filha, descrevendo Mashal como uma mulher gentil, inteligente e com toda uma vida pela frente. Ela relembrou o casamento feliz e especial que uniu as famílias por meio de um matrimônio arranjado.
Rahana afirmou ainda que Begum não parecia querer a felicidade nem da nora nem do próprio filho, e criticou a frieza do assassino ao comunicar a morte de Mashal à família sem demonstrar qualquer emoção. A mãe da vítima clamou por justiça, afirmando que espera que ele seja responsabilizado não apenas neste mundo, mas também diante de sua fé muçulmana.
A promotoria revelou que, antes do crime, a vítima estava cada vez mais infeliz com seu papel na casa e com o comportamento controlador do sogro. O conflito decorreu das expectativas tradicionais e rígidas que Begum tinha sobre ela.
Após a perícia indicar marcas de estrangulamento no pescoço de Mashal, Begum foi preso e acusado do assassinato. Ele tentou justificar o ocorrido alegando que a nora caiu da escada, chegando a mover o corpo dela para sustentar essa versão. Durante o julgamento, manteve as negativas, mas foi condenado pelo júri.
A juíza Elizabeth Nicholls sentenciou Begum à prisão perpétua, com cumprimento mínimo de 18 anos. Ela expressou esperança de que o condenado um dia encontre coragem para dar respostas à família de Mashal.
