A Igreja católica na cidade alemã de Eichstätt se desculpou pelo assassinato e tortura de cerca de 400 pessoas durante a era de queima às bruxas, 400 anos atrás.
Entre o século 15 e 18, a igreja perseguiu mulheres que consideravam bruxas, usando de métodos de tortura para conseguir confissões e queimando-as em locais públicos como julgamento. Pelo menos 60 mil pessoas foram mortas na Europa, sendo 25 mil apenas na Alemanha.
Segundo o jornal britânico The Independent, o bispo da cidade, Gregor Maria Hanke, quebrou o silêncio centenário e prometeu uma placa em memória das vítimas na catedral local. O bispo chamou a caça às bruxas de “ferida sangrenta na história da nossa igreja”.
Para o fundador de uma campanha de conscientização da igreja no papel à perseguição do passado, o artista Wolfram Kaster, foi “bom que eles fizeram algo, mas é claro que não é o suficiente”. A campanha começou depois que o artista encontrou registros da época na cidade e leu o destino das vítimas na praça em frente a catedral.
Entre os relatos está o da esposa do prefeito de Eichstätt em 1627, Ursula Bonschab, que foi presa e torturada por 20 dias. Depois da tortura, ela confessou ter roubado corpos de crianças mortas, tido relações com o diabo e envenenado cidadãos. Ela foi queimada viva.
Apesar de a Igreja não ter praticado a tortura e os assassinatos, ela é culpada por ter incentivado a perseguição às bruxas e a mitologia que as cercava.