Imperador japonês expressa 'remorso profundo' pela 2ª Guerra
Akihito fez sua última aparição como monarca reinante em uma cerimônia anual que marca a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial
Internacional|Do R7
O imperador Akihito, que fez sua última aparição como monarca reinante em uma cerimônia anual que marca a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, expressou um "remorso profundo" pelo conflito, e o primeiro-ministro Shinzo Abe prometeu nunca repetir os horrores da guerra.
Na manhã desta quarta-feira (15), Abe enviou uma oferenda ao polêmico Santuário Yasukuni de Tóquio, dedicado aos mortos da guerra, mas não o visitou, uma consideração aparente pelos laços com Coreia do Sul e China.
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Visitas anteriores de líderes do Japão a Yasukuni irritaram Pequim e Seul porque o santuário homenageia 14 líderes japoneses dos tempos da guerra condenados por um tribunal dos Aliados como criminosos de guerra, além de mortos do conflito.
Relação do Japão com a China
As relações chinesas com o Japão são assombradas há tempos pelo que Pequim vê como uma incapacidade de Tóquio para expiar sua ocupação de partes da China antes e durante a Segunda Guerra Mundial, embora tenha havido uma reaproximação recentemente. O Japão ocupou a Coreia entre 1910 e 1945, e lembranças amargas ainda sobrevivem.
Akihito, de 84 anos, que abdicará no ano que vem, falou no memorial aos mortos da guerra depois de um momento de silêncio.
"Pensando nos tempos de paz que se prolongam há tantos anos depois da guerra, refletindo sobre nosso passado e com um sentimento de remorso profundo, espero sinceramente que a devastação da guerra jamais se repita", disse Akihito acompanhado pela imperatriz Michiko.
Imperador do Japão como um ícone de paz
Akihito se consolidou como um ícone da paz, democracia e reconciliação durante suas três décadas no trono, visitando campos de batalha dos tempos da guerra para orar pelos mortos de todas as nacionalidades.
Os comentários desta quarta-feira ecoaram aqueles que ele fez no 70º aniversário do fim da guerra, uma abordagem sutilmente diferente daquela que muitos liberais e conservadores moderados viram como uma repreensão indireta a Abe.
O premiê disse que as gerações futuras de japoneses não deveriam ter que continuar se desculpando pelo conflito.
"Encararei o passado humildemente e manterei esta promessa resolutamente", afirmou Abe nesta quarta-feira.