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Indicado de Trump à Suprema Corte enfrenta série de escândalos sexuais

Juiz Brett Kavanaugh, que Trump indicou ao mais alto tribunal do país, foi acusado por pelo menos três mulheres de condutas abusivas na juventude

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Brett Kavanaugh durante uma das audiências no Senado norte-americano
Brett Kavanaugh durante uma das audiências no Senado norte-americano

A Suprema Corte dos EUA está com um assento vago desde 31 de julho deste ano. Indicado pelo presidente Donald Trump, o juiz Brett Kavanaugh parecia próximo de ser confirmado no cargo, mas agora enfrenta uma série de denúncias e tem um destino incerto.

Até esta segunda-feira (24), pelo menos três mulheres vieram a público denunciar abusos que Kavanaugh teria cometido na adolescência e quando estava na faculdade. Nesta quinta-feira, o Comitê Judiciário do Senado fará uma audiência pública para apurar a primeira denúncia.

O juiz se defendeu dizendo que "jamais faria isso" e que é vítima de uma campanha de difamação, mas sua indicação ainda pode afundar se o Partido Republicano não conseguir manter a maioria necessária para aprová-lo.

Problemas na adolescência


A primeira denúncia partiu da professora universitária Christine Blasey Ford. Em entrevista ao jornal The Washington Post, ela disse que, durante uma festa em 1982, quando ambos estavam no ensino médio, Kavanaugh a jogou em uma cama e tentou arrancar sua roupa enquanto tapava sua boca para evitar que gritasse.

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Segundo Ford, tanto Kavanaugh, que na época tinha 17 anos, quanto ela, aos 15, estavam bêbados durante a festa. Depois de vir a público denunciar o juiz, ela se tornou alvo de ameaças e teve de deixar sua casa em Palo Alto, na Califórnia.


"Pensei que ele ia me matar involuntariamente. Estava tentando me agredir e tirar minha roupa", relatou Christine Blasey Ford. Ela havia feito a denúncia primeiro em uma carta a um congressista do Partido Democrata, mas quando o conteúdo se tornou público, ela decidiu revelar a história.

Abuso na universidade


No último domingo, a revista The New Yorker trouxe a segunda denúncia. Deborah Ramirez, que foi colega de Kavanaugh na Universidade de Yale, fez um relato sobre mais uma festa em que o futuro juiz teria cometido abusos.

De acordo com o relato de Ramirez, depois de uma brincadeira em que os participantes deviam tomar a maior quantidade possível de bebidas alcoólicas, Kavanaugh teria abaixado as calças e tentado tocá-la, diante de testemunhas

A revista garante que checou os fatos com vários outros ex-alunos da época e que alguns deles confirmaram que ouviram detalhes sobre a conduta de Kavanaugh.

Advogado quer investigação do FBI

Por fim, nesta segunda-feira o advogado Michael Avenatti, que também representa a atriz pornô Stormy Daniels em processos contra o presidente Donald Trump, veio a público dizer que há uma terceira mulher disposta a denunciar Kavanaugh.

Neste caso, os abusos teriam acontecido na mesma época que a denúncia feita por Christine Ford, quando o futuro juiz estava no ensino médio. A mulher que Avenatti representa disse que virá a público antes da audiência pública de quinta-feira e pretende testemunhar também.

O advogado afirmou, em sua conta no Twitter, que enviou pedidos ao senador republicano Chuck Grassley, presidente do Comitê Judiciário, para que não só sua cliente, mas também o amigo de Kavanaugh, Mark Judge, sejam ouvidos na audiência de quinta e que o FBI investigue as denúncias.

Para evitar que os republicanos tentem desacreditar sua cliente, ele contou que ela já trabalhou no Departamento de Estado, no Departamento de Justiça e na Casa da Moeda, sempre com credenciais de segurança aprovadas pelo governo.

Como fica Kavanaugh

Tido como principal esperança de Donald Trump para uma maioria de tendência conservadora na Suprema Corte, Brett Kavanaugh pode ter problemas, dependendo de como correr a audiência pública e se houver investigação.

Ele já declarou, sob juramento em outras audiências no Senado, que jamais praticou abusos sexuais. Portanto, correria o risco de ser acusado de perjúrio. Trump já defendeu Kavanaugh publicamente e pode perder capital político em caso de derrota.

Além disso, os republicanos correm para tentar aprovar a nomeação dele nos próximos 40 dias. Caso o partido seja derrotado na eleição parlamentar de 6 de novembro, pode perder a maioria no Congresso para os democratas, o que tornaria a aprovação muito mais complicada.

Conheça abaixo funcionários do governo Trump nos EUA que precisaram deixar o cargo por escândalos:

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