Indígenas do Equador recusam diálogo com governo
Conversas só acontecerão quando marcha chegar a Quito e se unir com manifestações acontecendo na capital do país, diz líder indígena
Internacional|Da EFE
O presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, Jaime Vargas, disse neste domingo (6) em entrevista à Agência Efe que só haverá diálogo com o governo do país quando as tribos chegarem a Quito para se unir aos protestos contra as medidas econômicas anunciadas pelo presidente Lenín Moreno.
"Bloqueamos totalmente o diálogo com o governo. Não haverá diálogo até chegarmos a Quito. Não estamos aqui para negociar pelas costas do povo", disse o líder indígena.
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Desde ontem, centenas de grupos indígenas iniciaram uma caminhada até Quito como forma de protesto ao pacote econômico anunciado por Moreno. A mais impopular das medidas, previstas em um acordo para obter um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), é o fim do subsídio estatal sobre o diesel e a gasolina.
Vargas e os demais representantes das comunidades indígenas do Equador devem chegar à capital na próxima terça-feira (8) para participar da greve nacional convocada por sindicatos e outras organizações sociais no dia seguinte.
O começo das manifestações
Os protestos começaram na quinta-feira, quando entrou em vigor o fim do subsídios sobre os combustíveis. Sem a ajuda do governo, o preço do galão de diesel, por exemplo, subiu de US$ 1,03 (R$ 4,18) para US$ 2,27 ( R$ 9,21).
Como forma de protesto ao reajuste nos preços dos combustíveis, os principais sindicatos ligados ao setor de transporte do país paralisaram suas atividades entre quinta e sexta-feira, quando a greve foi suspensa. Apesar disso, poucos ônibus circularam pelas principais cidades do país ontem. Só o serviço de táxi foi normalizado.
Ontem, em um encontro com correspondentes estrangeiros, o ministro das Relações Exteriores do Equador, José Valencia, reiterou que o governo está disposto a dialogar, inclusive com as lideranças do movimento indígena.