A influenciadora chinesa Liu Zhenya, conhecida como “Yaya”, deixou Taiwan na noite de terça-feira (25) após ordem do governo taiwanês. A medida foi tomada devido a postagens nas redes sociais em que ela expressava apoio ao uso da força pela China para tomar Taiwan.A Agência Nacional de Imigração de Taiwan (NIA) revogou a autorização de residência de Yaya em 12 de março, alegando que suas ações colocavam em risco a segurança nacional e a estabilidade social do país. Além da expulsão, a influenciadora está proibida de solicitar nova residência em Taiwan pelos próximos cinco anos.O motivo da decisão foi um vídeo publicado em maio de 2024, no qual Yaya comentava sobre os exercícios militares chineses “Joint Sword 2024A” realizados nas proximidades de Taiwan. No material, ela descreveu as manobras como “as mais intimidantes e agressivas de todos os tempos” e sugeriu que, em breve, Taiwan poderia estar sob o controle da China. O vídeo foi posteriormente republicado pelo Taiwan.cn, veículo de comunicação vinculado ao Gabinete de Assuntos de Taiwan em Pequim. Antes de deixar o território taiwanês, Yaya realizou uma entrevista coletiva para protestar contra a decisão, classificando-a como um abuso de poder. A influenciadora argumentou que nunca defendeu explicitamente a unificação militar, afirmando que sua análise se baseava apenas em um cenário hipotético. Ela também pediu ao governo que reconsiderasse a decisão para evitar a separação dos filhos, que vivem em Taiwan com o marido, um cidadão taiwanês.A entrevista foi marcada por protestos de manifestantes contrários à influenciadora. Eles entoaram slogans como “Yaya, volte para a China!” e fizeram referências ao Massacre da Praça da Paz Celestial de 1989, censurado pelo governo chinês.O influenciador taiwanês Ba Jiong, que inicialmente denunciouYaya, sugeriu que sua demora em deixar Taiwan foi uma estratégia para criar um episódio midiático que pudesse ser explorado por Pequim. Segundo ele, a intenção da influenciadora era ser escoltada pelas autoridades taiwanesas para gerar imagens que favorecessem a narrativa da China.O primeiro-ministro de Taiwan, Cho Jung-tai, defendeu a decisão da NIA, afirmando que a liberdade de expressão tem limites quando a segurança nacional está em risco. “Não se pode difamar o país e ainda esperar que ele o proteja”, declarou.O ministro do Interior de Taiwan, Liu Shih-fang, destacou que Yaya não era apenas uma cidadã comum, mas estava engajada em uma disputa de opinião pública e política. O ministro ainda ressaltou que a influenciadora contava com apoio de grupos taiwaneses pró-China, o que ampliava a complexidade do caso.Com a recusa inicial de Yaya em sair voluntariamente, as autoridades de imigração afirmaram que medidas compulsórias seriam aplicadas caso ela ultrapassasse o prazo estabelecido. No entanto, antes que isso ocorresse, a influenciadora embarcou em um voo e deixou Taiwan dentro do período determinado. Não se sabe para onde a influenciadora viajou após deixar Taiwan.