Inglesa misteriosa fura pneus de mais de cem carros em protesto contra poluição automotiva
Mulher faz parte de um movimento global contrário a veículos do tipo SUV; 'Precisamos chamar atenção de alguma forma', diz
Internacional|Gabriel Herbelha*, do R7
Uma mulher de 62 anos, que mantém o anonimato, vem causando o terror nas ruas de Londres, no Reino Unido, por furar centenas de pneus de carros de modelo SUV, em nome de um protesto climático.
Segundo informações da Sky News, a mulher faz parte de um movimento chamado “The Tyre Extinguishers” (Os extintores de pneus, em tradução livre), contrário aos SUVs, sob alegação que este tipo de automóvel são um “desastre ecológico” por consumir mais combustíveis fósseis e emitir mais poluentes do que outros veículos.
A ativista diz que realiza a maioria das ações no início da noite, revela que em apenas uma madrugada, chegou a furar o pneu de 16 carros. Pelo fato de ser uma mulher idosa, “Anna”, nome ficticio criado por ela, diz que as pessoas que passam pela rua não desconfiam dela.
“Eu não vejo nenhuma justificativa para [os SUVs]. A poluição que eles causam afetam todos, inclusive eu”, afirma a mulher. “Eu não quero infrigir a Iei, mas se esses carros estão causando danos, precisamos chamar atenção de alguma forma”, completa.
Este movimento, criado no ano passado, ganhou adeptos ao redor do mundo. Em uma página na rede social, são compartilhadas imagens de veículos que tiveram o pneu danificado em diversos países, como a França, Reino Unido, Espanha, Dinamarca, Alemanha, Suíça, Estados Unidos e Austrália.
Na descrição, o grupo anônimo faz o alerta: “Tornaremos impossível possuir um SUV nas áreas urbanas. Pelo clima, saúde e segurança pública”.
A expectativa do grupo é esvaziar o pneu de mais de 10 mil veículos até o final deste ano. A polícia londrina já alertou que as ações “não serão toleradas”.
Curiosamente, Anna conta que no passado era proprietária de um veículo SUV. Os três filhos dela apoiam a empreitada da mãe.
Em duas situações, a ativista inglesa foi confrontada por motoristas que a flagraram cometendo o delito. Em uma das situações, uma pessoa disse à ela que as ações “eram muito erradas”, mas terminaram ‘desejando um bom dia’ uma para a outra.
“Eu não sinto vergonha do que eu faço. Se chama atenção, deve ser uma coisa boa”, diz a manifestante, que revela não sentir medo de ser presa.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Lucas Ferreira