Irã classifica tropas dos EUA no Oriente Médio como terroristas
Medida foi resposta aos EUA, que deu mesma denominação a Guarda Revolucionária da República Islâmica. Irã condenou atitude de Washington
Internacional|Da EFE
O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã classificou nesta segunda-feira (8) como grupo terrorista as tropas dos Estados Unidos alocadas no Oriente Médio, em resposta à medida similar adotada pelo governo americano contra a Guarda Revolucionária da República Islâmica.
Com a decisão, o órgão de segurança atendeu a uma proposta do ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, que havia pedido que as forças do Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), responsável pelas operações militares no Oriente Médio, fossem colocadas na lista dos grupos terroristas da república islâmica.
Segundo o comunicado do Conselho Supremo de Segurança Nacional, a medida inclui a sede da Centcom e todas as suas forças filiadas e também reconhece o governo americano como "patrocinador do terrorismo".
"Este Comando Central é responsável por promover as políticas terroristas do governo dos Estados Unidos na região da Ásia Ocidental, colocando em perigo a segurança nacional da República Islâmica do Irã", diz a nota do Conselho Supremo de Segurança Nacional.
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O órgão iraniano condenou a decisão de Washington tomada hoje de designar a Guarda Revolucionária do Irã como um grupo terrorista e definiu a medida como "ilegal e perigosa".
"Esta ação sem fundamento é uma ameaça importante para a paz e a segurança regional e internacional e uma clara violação das normas do direito internacional e da Carta das Nações Unidas", ressaltou o órgão iraniano.
O texto defende que a Guarda Revolucionária sempre esteve "na linha de frente da luta contra o terrorismo na região", combatendo grupos jihadistas como a Al Qaeda e o Estado Islâmico (EI).
O órgão de segurança iraniano denunciou que os "EUA sempre foram aliados dos grupos extremistas e terroristas no oeste da Ásia".
A Guarda Revolucionária enviou nos últimos anos assessores militares à Síria e ao Iraque para ajudá-los na luta contra o EI e apoia diversas milícias xiitas como o grupo libanês Hezbollah.
Para o presidente americano, Donald Trump, o primeiro a tomar uma medida tão drástica contra militares de outro país, a Guarda Revolucionária "participa, financia e promove o terrorismo como uma ferramenta estatal".
Zarif garantiu hoje no Twitter que a decisão de Washington contra a Guarda Revolucionária é "outro presente" para Israel e "outra aventura perigosa dos EUA na região".
A Guarda Revolucionária, criada depois do triunfo da Revolução Islâmica de 1979 para proteger o sistema teocrático xiita, é a organização militar mais poderosa do Irã e controla amplos setores econômicos do país.