Iraquianos ignoram toque de recolher e seguem protestando
Manifestações começaram na última terça-feira (1º) e foram convocadas nas redes sociais pelos cidadãos, que exigem melhorias nos serviços públicos
Internacional|Da EFE
Dezenas de manifestantes concentraram-se nesta sexta-feira (4) em pelo menos cinco pontos de Bagdá, na capital do Iraque, para solicitar mais serviços básicos pelo quarto dia consecutivo, apesar do toque de recolher imposto desde a manhã de ontem.
Após os últimos três dias de incidentes causarem 27 mortes e mais de 1,5 mil feridos, Bagdá registra nesta manhã protestos na praça Al Tayaran, no centro, perto do Teatro Nacional, disse à Agência Efe, um funcionário do Ministério do Interior que pediu anonimato.
A fonte, com a patente de coronel, afirmou que as forças de segurança tentam dispersar os manifestantes, que são contados por "dezenas", embora a participação deva aumentar depois do meio-dia.
Segundo dados da Comissão Governamental de Direitos Humanos do Iraque, 27 pessoas morreram nos últimos três dias nos confrontos entre manifestantes e policiais e outros 1.509 ficaram feridos.
Os protestos na capital iraquiana começaram na última terça-feira e foram convocados nas redes sociais pelos cidadãos, que tanto pela internet, como nas ruas, exigem melhorias nos serviços públicos, como água e eletricidade, mais oportunidades de trabalho e o fim da corrupção.
No momento, nenhum partido ou movimento político das várias facções que dominam o cenário político iraquiano lidera as mobilizações, embora alguns expressaram sua solidariedade e apoio às reivindicações dos manifestantes, na sua maioria jovens.
Eles também dirigiram sua raiva contra o governo do primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi, formado em outubro do ano passado, com perfil tecnocrata, de fazer frente aos graves problemas econômicos que sofre o Iraque.