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Israel e Turquia retomarão relações diplomáticas plenas

Anúncio ocorre após meses de esforços bilaterais para fortalecer os laços, com visitas recíprocas de funcionários de alto escalão

Internacional|Do R7

Israel e Turquia vão retomar suas relações diplomáticas após vários anos de tensões
Israel e Turquia vão retomar suas relações diplomáticas após vários anos de tensões Israel e Turquia vão retomar suas relações diplomáticas após vários anos de tensões

Israel e Turquia anunciaram nesta quarta-feira (17) que vão retomar suas relações diplomáticas após vários anos de tensões, mas Ancara afirmou que continuará "defendendo os direitos dos palestinos" apesar da decisão.

O primeiro-ministro israelense Yair Lapid disse que a medida representa um "importante ativo para a estabilidade regional e uma notícia econômica muito importante para os cidadãos de Israel".

De acordo com o gabinete de Lapid, os dois países vão renomear embaixadores e cônsules-gerais.

O anúncio ocorre após meses de esforços bilaterais para fortalecer os laços, com visitas recíprocas de funcionários de alto escalão.

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O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, afirmou que o retorno dos embaixadores "é importante para melhorar as relações bilaterais".

Em maio, Cavusoglu se tornou o primeiro ministro das Relações Exteriores turco a visitar Israel em 15 anos.

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Uma visita do presidente israelense Isaac Herzog a Ancara em março marcou uma "virada nas relações" entre os dois países, nas palavras do presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

Apesar disso, ele observou que a Turquia continuará "defendendo os direitos dos palestinos, de Jerusalém e de Gaza", disse Cavusoglu nesta quarta-feira.

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'Legitimar o ocupante'

A Turquia tem relações com o governo palestino da Cisjordânia ocupada e com o movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

As relações entre a Turquia e Israel começaram a enfraquecer em 2008, devido a uma operação militar israelense em Gaza, e terminaram em 2010, com a morte de dez civis num ataque israelense ao navio turco Mavi Marmara. A embarcação fazia parte de uma flotilha que tentava romper o bloqueio imposto por Israel a Gaza.

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Em 2016, um acordo de reconciliação permitiu que os embaixadores voltassem aos seus cargos, mas isso foi deixado de lado em 2018, quando mais de 200 habitantes de Gaza foram mortos por forças israelenses durante protestos na fronteira entre a Faixa de Gaza e o território israelense, que levaram ambos os países a convocar seus representantes para consultas.

"Como sempre dissemos, continuaremos defendendo os direitos dos palestinos", afirmou Cavusoglu nesta quarta-feira.

O Hamas, inimigo de Israel, reagiu com desconfiança ao anúncio. "Esperamos que todos os países árabes, muçulmanos e amigos isolem o ocupante e o pressionem para que responda aos direitos legítimos dos palestinos", disse à AFP Basem Naim, chefe do movimento armado palestino em Gaza.

"Qualquer normalização com o ocupante [israelense] é uma legitimação de sua presença em nossas terras", acrescentou.

Efraim Inbar, presidente do Instituto de Estratégia e Segurança de Jerusalém, afirmou que não deve haver "ilusões" de que as relações bilaterais serão tão boas quanto na década de 1990.

"Enquanto Erdogan estiver no poder, continuará havendo certo nível de hostilidade da Turquia em relação a Israel, por causa de sua conexão com o islamismo. Por exemplo, continuará apoiando o Hamas", disse Inbar à AFP.

Desde 2007, Israel impôs um bloqueio aos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, pois, como muitos países ocidentais, considera o Hamas uma organização terrorista.

Investimentos

Nesta quarta-feira, o presidente israelense afirmou que a restauração de relações diplomáticas completas "incentivarão maiores relações econômicas, o turismo mútuo e a amizade entre os povos israelense e turco".

A Turquia enfrenta uma forte inflação e o colapso de sua moeda. Nesse contexto, Ancara "tenta normalizar suas relações com muitos países da região", incluindo os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, com o objetivo de "atrair investimentos estrangeiros diretos", considera Gallia Lindenstrauss, analista do Instituto de Estudos Estratégicos (INSS) em Tel Aviv.

Apesar das disputas diplomáticas dos últimos anos, o comércio entre os dois países foi mantido, e a Turquia continua sendo um destino popular para os turistas israelenses.

As autoridades de Israel pediram a seus concidadãos que voltem para suas casas "o mais rápido possível" devido ao temor de que o Irã realize ataques em Istambul.

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