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Javier Milei acredita que levará entre 18 e 24 meses para controlar a inflação na Argentina

Presidente recém-eleito afirmou ter um 'plano claro' para enfrentar a crise econômica que assola o país latino-americano

Internacional|Do R7

Javier Milei fala a apoiadores após ser eleito
Javier Milei fala a apoiadores após ser eleito

O ultraliberal Javier Milei, eleito presidente da Argentina neste domingo (19), destacou que controlar a elevada inflação do país levará entre 18 e 24 meses, ao definir as suas primeiras medidas governamentais, que incluem privatizações e uma reforma profunda do Estado.

"Vamos começar primeiro com a reforma do Estado, para colocar as contas públicas em caixa muito rapidamente", declarou nesta segunda-feira (20) à Rádio Mitre o economista ultraliberal, que obteve uma vitória contundente nas urnas.

Em uma série de entrevistas a emissoras de rádio, Milei afirmou ter um "plano claro" para enfrentar a crise econômica que assola a Argentina, com uma inflação anualizada superior a 140% e um índice de pobreza de 40%.

Nesse sentido, explicou que para reduzir o nível da inflação é preciso primeiro frear a questão monetária — com a qual se financia o Estado argentino —, um processo que pode levar até dois anos.


"A evidência empírica do caso argentino diz que se você cortar hoje a emissão monetária, esse processo leva entre 18 e 24 meses para destruí-la e levá-la aos níveis internacionais mais baixos", afirmou.

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Sobre a reforma do Estado, Milei considerou que "tudo o que puder estar nas mãos do setor privado vai estar nas mãos do setor privado", apontando entre as empresas a privatizar a petrolífera YPF e os veículos de comunicação estatais.

O presidente eleito garantiu que promoverá a eliminação do controle cambial, mas que para isso procurará primeiro resolver a dívida emitida pelo Banco Central, entidade que, reiterou, eliminará "porque é uma questão de índole moral: roubar é errado".

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"Se o problema do Banco Central não for resolvido, a sombra da hiperinflação nos perseguirá o tempo todo", enfatizou. 

Em suas declarações, Milei suavizou sua proposta polêmica de dolarizar a economia. "O eixo central é fechar o Banco Central, depois a moeda será aquela que os argentinos escolherem livremente", afirmou.

Sobre a eliminação das restrições à compra de moedas estrangeiras que vigoram desde 2019, sublinhou que "não é uma opção manter esta armadilha que trava a economia".

Milei deve se reunir nesta segunda-feira com o presidente peronista de centro-esquerda, Alberto Fernández.

"Ele me ligou para me dar os parabéns e me convidou para uma reunião para fazer a transição da forma mais ordenada possível", disse.

Milei disse ainda que viajará, em visita privada, para os Estados Unidos e para Israel antes de assumir o cargo em 10 de dezembro.

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