Julgamento de Cristina Kirchner começará em 26 de fevereiro
Ex-presidente pediu que caso fosse adiado, já que algumas provas não foram analisadas. Tribunal rejeitou e alegou que perícias são indispensáveis
Internacional|Do R7
Um tribunal argentino rejeitou nesta segunda-feira (11) o adiamento do início do primeiro julgamento por corrupção contra a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), que começará no próximo dia 26 de fevereiro e que a atual senadora pediu para ser atrasado alegando que uma instrução suplementar não foi finalizada.
Segundo confirmaram à Agência Efe fontes da defesa da viúva do também ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), o Tribunal Oral Federal 2 rejeitou o pedido por considerar que as perícias que ainda não foram feitas não são indispensáveis para o início do julgamento, já que poderão ser incluídas posteriormente.
A causa, a primeira envolvendo Cristina que chega a julgamento, averigua supostas irregularidades na adjudicação, durante seu mandato presidencial, de obras públicas viárias ao Grupo Austral, propriedade do empresário Lázaro Báez, na província de Santa Cruz, terra natal dos Kirchner.
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Além da ex-governante - que por ser senadora tem privilégios que impedem sua eventual detenção -, deverão sentar-se no banco dos réus os já detidos Báez, o ex-ministro de Planejamento, Julio de Vido, o ex-secretário de Obras Públicas, José López, e o ex-subsecretário de Coordenação de Obra Pública Federal, Carlos Santiago Kirchner, primo de Néstor Kirchner.
Ao levar o caso a julgamento, o juiz Julián Ercolini indicou que Cristina, na sua condição de presidente, "teria prejudicado os interesses confiantes ao violar seu dever de administrar e cuidar fielmente dos bens do Estado nacional que estavam sob a órbita da sua responsabilidade".
O juiz acredita que as manobras investigadas teriam tido o "objetivo de proporcionar ao empresário Lázaro Antonio Báez um lucro indevido, em prejuízo dos cofres do Estado nacional".
Além disso, a ex-presidente está indiciada em outras causas nas quais é acusada de alugar a empresários algumas das suas propriedades imobiliárias a altos preços para supostamente receber retornos de dinheiro público.