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Julgamento de 'El Chapo': cartel criou um 'fundo' de propinas

Em novo depoimento, Jesús 'El Rey' Zambada contou que pagou propinas milionárias a autoridades mexicanas e criou 'fundo' de US$ 50 milhões

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Depoimento de 'El Rey' Zambada (esq) no julgamento de El Chapo (dir)
Depoimento de 'El Rey' Zambada (esq) no julgamento de El Chapo (dir)

O cartel de Sinaloa pagou milhões de dólares em propinas para políticos de diversos escalões no México. Esse foi o principal assunto em mais um dia de depoimentos no julgamento do traficante mexicano Joaquín 'El Chapo' Guzmán.

Nesta terça-feira (20), na corte federal do Brooklyn, em Nova York (EUA), Jesús 'El Rey' Zambada, irmão de um dos principais sócios de Chapo, Ismael 'El Mayo' Zambada, contou aos jurados como subornou diversas pessoas para proteger o cartel.

Fundo de segurança

Ele afirmou que, em determinado momento, o cartel criou um "fundo de segurança" com cerca de US$ 50 milhões (cerca de R$ 187 milhões) para fazer pagamentos ao ex-secretário de Segurança Pública do México no governo do ex-presidente Felipe Calderón, Genaro García Luna.


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Zambada contou que levou, pessoalmente, uma maleta com US$ 3 milhões (cerca de R$ 11 milhões) para Luna, quando ele chefiava a Agência Federal de Investigação, a Polícia Federal mexicana.

O objetivo era garantir que a agência colocasse um comandante de polícia que seria favorável a El Mayo Zambada na cidade de Culiacán, capital de Sinaloa.


El Rey contou que fez um pagamento idêntico, em outra ocasião, quando Luna já era secretário de Segurança Pública, para que as operações do cartel proseguissem sem problemas.

Objeção da promotoria


A testemunha também disse que pagou uma propina de US$ 5 milhões (cerca de R$ 18 milhões) a um homem chamado Regino. A suspeita era de que ele seria Gabriel Regino, ex-subsecretário de Segurança Pública da Cidade do México em 2005, quando o prefeito era o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, que assume o cargo no próximo dia 1º de janeiro.

Quando a defesa de El Chapo quis questionar El Rey sobre as ligações entre Regino e López Obrador, a promotoria fez uma objeção, que o juiz manteve, encerrando o interrogatório. Segundo o juiz, a ideia era evitar que o foco do julgamento saísse de Chapo.

A defesa queria provar que Guzmán é um bode expiatório de El Mayo. Do México, Regino negou as acusações e disse que jamais se encontrou com Zambada. Ele é o favorito para ser o novo secretário de Segurança Pública do país, após a posse do novo presidente.

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