Justiça espanhola decidirá sobre exumação de Franco no dia 24
Suprema Corte da Espanha vai decidir até o fim do mês se o governo do país poderá retirar corpo do ditador Francisco Franco de monumento
Internacional|Da EFE
O Tribunal Supremo da Espanha decidirá no próximo dia 24 se aprova a exumação dos restos mortais do ditador Francisco Franco, sepultado em um monumento próximo de Madri, uma promessa do governo socialista de Pedro Sánchez paralisada em diante de um recurso da família.
Fontes jurídicas informaram a data da decisão judicial, que resolverá definitivamente o litígio entre o governo, que aprovou a exumação e fixou a data para o último 10 de junho, e a família, que se recusa a cumprir essa decisão e recorreu aos tribunais.
Monumento franquista
Franco, que morreu em novembro de 1975, foi enterrado na Basílica do Vale dos Caídos, um monumento construído pelo ditador em comemoração ao fim da Guerra Civil (1936-1939) e se tornou em um símbolo para os franquistas, vencedores da disputa.
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Sua sepultura está em um local de destaque do templo, aos pés do altar principal, junto com os restos mortais do fundador do partido fascista Falange Espanhola, José Antonio Primo de Rivera.
O governo aprovou a exumação, aplicando a lei da Memória Histórica, com o objetivo de reconhecer e reparar as vítimas da guerra civil e da ditadura franquista.
A Câmara da Suprema Corte que decide o caso resolverá definitivamente sobre a eventual exumação e seu enterro subsequente, para o qual existem duas opções: o Cemitério El Pardo, próximo ao local onde residia o ditador — como quer o governo —, ou na Catedral de Madri, no centro da capital, local escolhido pela família caso seja inevitável a exumação.
O governo confia que a Justiça lhe dará razão e acabará permitindo a transferência dos restos mortos do ditador ao El Pardo, onde já está enterrada sua esposa, Carmen Polo, e permite que ele "garanta condições de dignidade e respeito".
No seu recurso, os netos de Franco incidiam as "violações da legalidade comum" cometidas pelo governo e enfatizaram que eles não são os donos da cripta do cemitério El Pardo, mas que pertencem ao Patrimônio Nacional, um órgão público responsável pela manutenção de ativos históricos vinculados à coroa espanhola.