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Justiça russa classifica organizações de Navalny como extremistas

Decisão abre a possibilidade de fechamento de movimento e escritórios regionais ligados ao opositor do presidente Putin

Internacional|Do R7

Sessão foi realizada a portas fechadas em um tribunal de Moscou
Sessão foi realizada a portas fechadas em um tribunal de Moscou Sessão foi realizada a portas fechadas em um tribunal de Moscou

Um tribunal da Rússia classificou nesta quarta-feira como extremistas as organizações do opositor Alexey Navalny, um ponto culminante para a liquidação do seu movimento e que abre caminho para uma repressão maior a seus apoiadores.

Leia também: Putin promulga lei que pode excluir opositores de eleições

O opositor, 45, que cumpre pena de dois anos e meio de prisão por um caso de fraude que ele considera político, afirmou no Instagram que não desistirá.

O veredito, proferido após uma audiência a portas fechadas, é anunciado após meses de repressão a opositores, marcada pelo envio de Navalny à prisão, pelo exílio de ativistas que fazem parte do seu movimento e por medidas contra a imprensa independente e outras vozes críticas.

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A poucos meses das eleições legislativas de setembro, um tribunal de Moscou ordenou hoje a liquidação das organizações de Navalny. A decisão tem como alvos principais o Fundo de Luta contra a Corrupção (FBK), organização que apresentou investigações sobre o estilo de vida e a corrupção na elite russa, e os escritórios regionais que convocam manifestações e animam campanhas eleitorais.

"Fica comprovado que essas organizações não só difundiam voluntariamente informações que incitavam ao ódio e à hostilidade contra os representantes do poder, mas que além disso cometiam crimes e delitos extremistas", declarou aos jornalistas um representante da Promotoria, Elexey Jafiarov, após a decisão judicial.

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Uma mensagem publicada esta noite na conta de Navalny no Instagram convoca seus apoiadores a não recuarem e pede que eles se unam à sua equipe para as eleições legislativas do outono local. “Iremos nos organizar, evoluir, iremos nos adaptar. Mas não iremos recuar em nossos objetivos e ideias. É o nosso país e não temos outro”, publicou Navalny após o veredito.

Os Estados Unidos e o Reino Unido denunciaram a decisão judicial. "Instamos a Rússia a parar de abusar das designações de 'extremismo' para atingir organizações não violentas, a acabar com a repressão ao Sr. Navalny e seus apoiadores e a cumprir suas obrigações internacionais de respeitar e garantir os direitos humanos e as liberdades fundamentais", declarou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.

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A audiência judicial durou mais de 12 horas, segundo os advogados da equipe Komanda 29, que defendia em particular o FBK e que anunciou que irá apelar.

O Ministério Público russo celebrou o que considerou um julgamento "legal e justificado". O resultado do processo deixava poucas dúvidas, uma vez que a rede de escritórios regionais de Navalny já havia sido incluída, em abril, na lista de organizações "extremistas" pelo serviço de vigilância financeira. Consequentemente, a própria rede havia se dissolvido, para evitar que seus membros fossem processados.

A Justiça ordenou hoje a liquidação das organizações restantes, entre elas o FBK. Os colaboradores das formações consideradas "extremistas" correm o risco de serem condenados a longas penas de prisão e se veem privados de participar das eleições, após uma lei promulgada na semana passada pelo presidente Vladimir Putin.

Para a oposição, o texto visa a neutralizar os candidatos perigosos para o governo antes das legislativas, que se anunciam delicadas para o partido no poder, Rússia Unida, em declínio nas pesquisas, em um contexto de estancamento econômico.

Nos últimos meses, a repressão à oposição foi dirigida não apenas contra o movimento de Navalny, mas também contra outros críticos do Kremlin.

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